quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
No futebol, algo que, pela teoria era predominantemente masculino, mulheres conquistam seu espaço, atuando por meio da arbitragem, como atletas, jornalistas ou torcendo pelo seu time de coração. Nesse meio, há diversas histórias de mulheres que sofreram algum tipo de preconceito ou assédio.
Bruna Rafaela Meses, técnica da equipe amadora de futsal feminino Manus Astro Sport, relata uma experiência desagradável ao pedir um patrocínio para sua equipe. “Durante uma reunião, a resposta foi de que não me ajudariam porque isso não era coisa de mulher, e me aconselharam a procurar outra atividade, porque querer ser homem é complicado”. E ressalta como lida com isso, “Aprendi a lidar por causa das minhas atletas, aprendi que nós somos mais guerreiras do que todos pensam, jogamos futebol porque amamos e sabemos jogar.”
A visibilidade da mulher no esporte aumentou ao longo dos tempos. Na Rio 2016, cerca de 4,7 mil mulhers, 45% de todos os atletas de diferentes países, eram mulheres, enquanto nos Jogos de Paris de 1900, eram apenas 22 no meio de 977 atletas. Bruna reforça a opinião, “Houve um pequeno aumento na visibilidade do futebol feminino, mas o machismo ainda é frequente em muitas ocasiões. Existem pessoas que acreditam no nosso esporte, nos ajudam a manter sonhos em nossas adolescentes, que veem no futebol a oportunidade de uma vida melhor”.
Uma campanha intitulada #DeixaElaTrabalhar está fazendo sucesso, a idealizadora é Bruna Dealtry, do Esporte Interativo. Sua ideia surgiu logo após um torcedor tentar beijá-la a força, e a campanha já conta com cerca de 50 jornalistas do país todo, como Fernanda Gentil, Cristiane Dias, Taynah Espinoza e muitas outras. Tem como foco realizar o manifesto contra o machismo e o assédio, seja nos estádios, nas redações ou em qualquer outro lugar. O Instagram usado para a divulgação já conta com mais de 10 mil seguidores e possui visibilidade internacional, além de apoio da CBF e diversos times.
“Somos mulheres e profissionais. Só queremos trabalhar em paz. O esporte também é nosso lugar. Eu quero respeito. Respeite a nossa voz e as nossas escolhas”, dizia um trecho do vídeo publicado no Instagram. Em entrevista recente à revista Purepeople, Bruna conta que sua intenção era encorajar outras mulheres que já passaram por alguma situação assim e ressaltar a resistência que a mulher enfrenta para entrar no meio esportivo. O projeto pretende levantar um debate saudável sobre o tema, fazendo as pessoas se tornarem mais conscientes.
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