segunda-feira, 13 de outubro de 2025

MPT de GO encontra mais de 100 trabalhadores em condições análogas à escravidão em fazenda

POR Marcos Paulo dos Santos | 13/10/2025
MPT de GO encontra mais de 100 trabalhadores em condições análogas à escravidão em fazenda
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Uma operação do Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO) revelou graves violações de direitos trabalhistas em uma fazenda localizada em Vila Boa, na região Leste do estado. No local, 108 trabalhadores rurais foram encontrados vivendo em condições análogas à escravidão, conforme relatório divulgado pelo órgão.

 

Os fiscais constataram que os trabalhadores dormiam em alojamentos insalubres, sem banheiros, ventilação ou condições mínimas de higiene. A água disponível para consumo apresentava coliformes fecais, e as refeições eram feitas em locais improvisados e sem estrutura. Além disso, os empregados eram submetidos a jornadas exaustivas e recebiam alimentação limitada, mesmo realizando atividades de alto esforço físico.

 

Os trabalhadores prestavam serviço às empresas Companhia Bioenergética Brasileira (CBB) e ATAC Participação e Agropecuária S/A, ambas em recuperação judicial. Após a fiscalização, as companhias assinaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), comprometendo-se a pagar R$ 1,5 milhão em verbas rescisórias e indenizações por danos morais.

 

De acordo com o MPT, parte dos empregados não possuía registro formal e era recrutada no estado do Maranhão. Também foi constatada a ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e de banheiros nas frentes de trabalho, obrigando os trabalhadores a fazerem suas necessidades no mato.

 

O TAC determina que as empresas regularizem todas as contratações, proíbam o uso de intermediários, adotem o Programa de Gerenciamento de Riscos no Trabalho Rural (PGRTR) e garantam alojamentos próximos aos locais de trabalho — em até 30 km de distância e com deslocamento máximo de 25 minutos.

 

A investigação teve início após uma denúncia anônima registrada pelos canais oficiais, como o Sistema Ipê, o Aplicativo Pardal e o Disque 100.

 

A reportagem tentou contato com representantes da CBB Companhia Bioenergética Brasileira e da ATAC Participação e Agropecuária S/A, mas não obteve retorno até o momento. O espaço segue aberto para manifestação das empresas.

 

Com informações de Mais Goiás

 

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