Uma mulher trans diz ter sido estuprada por um delegado da Polícia Civil, após ela pegar carona no carro dele após sair de uma boate, em Goiânia. O caso, segundo o G1, aconteceu na noite desta sexta-feira (05) após ela, que é miss e já venceu um concurso.

Kleyton Manoel Dias, da 8ª Delegacia Distrital da capital, nega as acusações. A Polícia Civil de Goiás emitiu nota que pode ser lida ao final da matéria.

A vítima afirma que o abuso aconteceu após ir à festa de um jornalista em uma boate. O delegado era um dos convidados. No final da festa, o jornalista foi embora e o delegado ofereceu carona para ela e outra mulher.

Kleyton teria deixado primeiramente a outra mulher em casa e depois seguiu em direção à casa da vítima, onde em um determinado momento, levou a miss para o porta-malas, onde a abusou sexualmente. Imagens da câmera de segurança mostra a vítima saindo do carro, completamente nua em frente à sua casa.

Um amigo da vítima, que divide a casa com ela, disse à TV Anhanguera, que ela chegou em casa dopada e bastante ferida. Ricardo Amaral Dias, amigo da miss, chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para levá-la a um hospital, onde recebeu atendimento médico.

Logo após ter sido aconselhada pelo amigo a prestar queixa contra o delegado, a mulher trans publicou um desabafo nas redes sociais.

“Tive medo de contar o fato de ontem (quinta). Hoje passei o dia assustada, com medo de denunciar o que aconteceu, mas gente… estava incentivando mulheres a fazerem isso, e eu mesma não iria fazer? Então o assunto é bem mais complexo, e é aí que temos que ser fortes e sim, se cada uma de nós fizer nossa parte, podemos nos ajudar”.

Nota da Polícia Civil:

"A Polícia Civil de Goiás informa que, assim que tomou conhecimento do fato, adotou todas as medidas necessárias para seu esclarecimento, sendo o caso investigado pela Delegacia da Mulher (Deaem) com auxílio e acompanhamento da Corregedoria." 

Nota do delegado Kleyton Manoel:

"De início, repudia veementemente as acusações e se coloca à inteira disposição das autoridades nas investigações que apuram o caso.

 Informa que ainda não foi ouvido no inquérito que investiga o suposto estupro. Irá provar a sua inocência e neste momento está muito abalado com o ocorrido, cuidando de sua família, esposa e filho.

 Por fim, pede encarecidamente a todos cautela nas conclusões precipitadas, que aguardem as conclusões das investigações no esclarecimento dos fatos, que ao final irá demonstrar a sua inocência."