quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Ministério da Saúde reúne com governadores, Caiado apoia, Dória bate boca e acaba criticado por colegas

POR | 08/12/2020
Ministério da Saúde reúne com governadores, Caiado apoia, Dória bate boca e acaba criticado por colegas

Redação Jornal Somos

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O governador Ronaldo Caiado (DEM) participou hoje, terça feira (08), de uma reunião com governadores na Casa Civil, em Brasília, com os ministros Braga Neto (Casa Civil) e Eduardo Pazuello (Saúde). Na pauta do encontro, o Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19. Além do governador de Goiás, participam presencialmente os governadores Wellington Dias (PT), do Piauí; Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte; Paulo Câmara (PSB), de Pernambuco; Gladson Cameli (PP), do Acre; e Helder Barbalho (MDB), do Pará.

 

 

Antes do encontro, os governadores destacaram a necessidade de uma definição do cronograma para vacinação contra a Covid-19 junto com os estados. Em entrevista coletiva, o governador salientou que "a vacina faz parte de uma política nacional e caberá ao Ministério da Saúde distribuí-la entre os estados". A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) reforçou a reinvindicação dos governadores, e emitiu nota nesta terça-feira cobrando que o governo federal adquira todas as vacinas reconhecidas como seguras e eficazes contra a Covid-19 e organize a distribuição pelo país, pedido que também foi feito por secretários estaduais de Saúde.

 

 

Durante a reunião, certa tensão era esperada por conta de estados estarem cobrando constantemente decisões sobre a campanha e a vacinação em si, entretanto o ambiente ficou mais pesado do que deveria, já que mais uma vez o governador de São Paulo bateu boca com o ministro Pazuello. Doria questionou se Pazuello não privilegia a CoronaVac por "questão ideológica, política ou falta de interesse" e relembrou que o ministro fora desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro após ter se comprometido a comprar 46 milhões de doses do imunizante. Bolsonaro e Doria são inimigos políticos.

 

"O que difere, ministro, a condição e a sua gestão como ministro da Saúde de privilegiar duas vacinas em detrimento de outra vacina? É uma razão de ordem ideológica, é uma razão de ordem política ou é uma razão de falta de interesse em disponibilizar mais vacinas", disse Doria, voltando a falar dos valores já pagos a outras fabricantes de vacina "O seu ministério pagou a Astrazeneca R$ 1,2 bilhão sem a vacina, e a CoronaVac, que é a vacina do Butantan, que já temos uma parcela considerável e que o senhor na última reunião com 24 governadores anunciou que compraria 46 milhões (de doses)... Infelizmente o presidente desautorizou o senhor, foi deselegante com o senhor em menos de 24 horas e impediu que sua palavra fosse mantida perante os governadores. O seu ministério vai comprar a vacina CoronaVac sendo aprovada pela Anvisa? Sim ou não, ministro?"

 

 

Pazuello rebateu:

 

"Eu já expus a todos os governadores, quando a vacina do Butantan, que não é do estado de São Paulo, é do Butantan, eu não sei porque o senhor fala tanto como se fosse do estado, ela é do Butantan. O Butantan é o maior fabricante de vacina do nosso país e é respeitado por isso. O Butantan quando concluir seu trabalho e estiver com a vacina registrada, avaliaremos a demanda e se houver demanda e houver preço nós vamos comprar. (...) Havendo demanda, preço (inaudível), todas as vacinas, todas as produções serão alvo de nossa compra."

 

 

Pazuello estimou que qualquer vacina levará cerca de 60 dias para aprovação da Anvisa, ao explanar sobre os processos que envolvem o registro e a efetiva disponbilização de um imunizante. Ele voltou a repetir aos governadores que a União proirizará qualquer vacina devidamente registrada e que atenda às necessidades do país.

 

 

A posição do paulista acabou sendo alvo de críticas dos colegas chefes de estado, entre eles o governador goiano. 'O ministério não pode abrir espaço para nenhum estado querer se arvorar na frente de outro", disse Caiado durante a reunião.

 

 

Até o momento, o governo divulgou apenas uma estratégia preliminar, dividida em quatro etapas definindo que será vacinada uma parcela diferente de categorias consideradas mais vulneráveis ou expostas ao coronavírus e anunciou que a expectativa é imunizar 109,5 milhões de pessoas em 2021.

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