quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Setor produtivo rural foi marcado por superação. Segundo presidente da Faeg, houve quedas, mas agro manteve compromisso alimentar.
O Sistema da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Faeg/Senar), juntos ao Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag) e Sindicato Rural, apresentaram balanço de 2020 do setor de agronegócio e agropecuária. Evento aconteceu na manhã desta quarta-feira, dia 9 de dezembro, na sede da Faeg, em Goiânia.
A apresentação foi conduzida pelo presidente da Faeg e deputado federal, José Mário Schreiner; pelo diretor executivo do Ifag, Edson Novaes; e pelo superintendente do Senar, Dirceu Borges. Em suas falas, as lideranças destacaram os principais pontos do agro: pandemia, produção e preço de alimentos, safras, exportação, dificuldades do setor e perspectivas para 2021.
Conforme apontou José Mário, o setor produtivo rural foi marcado, além da pandemia, por superação. Segundo ele, houve quedas nos números, mas, em comparação a outros setores da economia, o agro não parou e manteve seu compromisso com a alimentação.
“A gente começou o ano com expectativa favorável, de crescimento. Mas a realidade goiana, brasileira e mundial foi surpreendida pela Covid-19. Isso trouxe enormes desafios, e o agro desde o início foi tratado como setor essencial, assim como a saúde e a segurança. Isso porque é preciso manter a população alimentada. Tivemos enormes desafios nesta pandemia, se eu pudesse resumir 2020 seria em duas palavras: adversidade e superação”, disse o presidente.
Empregos, produção, preços e exportação
Apesar da garantia de segurança dentro de uma realidade de quedas, em 2020 o brasileiro se deparou com a inflação e alta dos preços dos alimentos, em especial os itens da cesta básica: arroz, feijão e óleo de soja. De acordo com Edson Novaes, o fato foi ocasionado pela alta dos preços das commodities agrícolas internacionais, desvalorização cambial e aumento dos custos de produção.
O diretor ainda salientou que no início do período de isolamento houve um desestímulo na produção de alimentos perecíveis e dificuldades na estocagem. Em contrapartida, a agropecuária registrou dados positivos no PIB e crescimento no número de geração de empregos. A movimentação se entende à indústria alimentícia, que ampliou os números de contratações em 39% de postos de trabalho.
“Tivemos aumento dos custos de produção interna, desestímulo da produção, em especial de produtos ligados à pecuária. Todos esses fatores influenciaram a demanda, a oferta e a exportação. O aumento dos preços foi causado pelo aumento de custos de produção, principalmente. Isso fez com que os produtores não conseguissem auferir a recuperação de preços feita em relação a anos anteriores. Isso na questão de grãos e também agropecuária”, apontou Edson.
Agro em Goiás
Em Goiás, a realidade do agro é positiva. O Estado seguiu produzindo e vai fechar o ano com saldo positivo em produção. A colheita de safra estimada é de 27,5 milhões de toneladas de cereais fibras, oleaginosas, que representam um crescimento de 8,9%. Já a área plantada avançou 7%, evidenciando aumento da produtividade.
A soja foi o carro chefe do ano, com uma produção de 13,1 milhões de toneladas. Além dela, o setor sucroenergético, com produção de 77,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar: ganho de 2,79% em relação à última safra.
O comércio exterior também se superou. De janeiro a outubro de 2020, houve um aumento de 29% nas exportações. A cada US$ 10 exportado, US$ 8,30 foram de produtos do agro. As saídas totalizaram 83%, chegando a mais de 157 países. As principais nações que receberam produtos goianos foram a China, União Europeia, Tailândia, Japão e Coreia do Sul, respectivamente.
Para Dirceu, a realidade de Goiás evidencia cuidado e preocupação com o setor e o incentivo garantido pelas entidades rurais aos produtores, por meio da capacitação rural contínua. Em 2020, o Sistema Faeg/Senar beneficiou 203.871 pessoas. As ações foram feitas por meio de cursos, qualificações, lives e assistências.
“Tivemos que nos reinventar e cumprir nossa missão mesmo em tempos difíceis. Chegamos a mais de 200 mil pessoas beneficiadas pelo Senar Goiás. Essas ações foram em todo Estado de Goiás. A assistência técnica, que não podíamos parar, tornamos ela virtual, remota, para que o técnico continuasse levando as informações”, expressou o superintendente do Senar.
Projeções para 2021
Para o próximo ano, a perspectiva das entidades é de cautela. Conforme apresentado por José Mário, é esperada uma retomada econômica a partir da vacina da Covid-19. Além disso, com as reformas administrativa e tributárias, um maior estímulo e força para o agro.
Na pecuária, com o aumento do consumo interno e do aquecimento das exportações, deverá acontecer alta na produção de proteínas animais. No entanto, há desafios previstos, como: chuvas irregulares e escassas causadas pelo fenômeno la nina; e gestão dos custos em paralelos à oscilação do dólar.
Quanto aos eventos do agro em Goiás, como a Tecno Show, o Sistema Faeg/Senar ainda destacou que estão sendo estudadas alternativas para que aconteçam, pois movimentam bilhões de dólares todos os anos.
(Matéria produzida por Blender Barbosa)
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