quarta-feira, 24 de abril de 2024

Goiás

Medicamentos são a segunda causa de intoxicação em Goiás

POR Jornal Somos | 15/02/2019

Saúde alerta para uso inadequado ou abusivo de medicamentos

Medicamentos são a segunda causa de intoxicação em Goiás

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O uso inadequado ou abusivo de medicamentos representa o segundo tipo de intoxicação atendido pelo Centro de Informação Toxicológica da Secretaria do Estado da Saúde de Goiás (CIT/SES-GO). Fica atrás apenas dos acidentes por animais peçonhentos. Dos 5.449 pedidos atendidos em 2017, a contaminação por remédios totalizou 2.084 registros. Os dados preliminares de 2018, ainda em fase de consolidação, registram 1.570 casos.

 

 

Segundo a Saúde, as intoxicações por medicamentos em tentativas de suicídio, os dados mostram que a faixa etária de 20 a 29 anos é a de maior risco, chegando a 31% dos casos notificados. Porém, não difere muito de outras faixas etárias que também representam risco elevado, que se estendem dos 15 aos 49 anos.

 

 

Na segunda maior causa de intoxicações por medicamento, as acidentais, nota-se que 72% dos casos ocorreram em crianças na faixa etária de 1 a 4 anos, seguidos de 14% por crianças de 5 a 9 anos. Já as faixas etárias de 10 anos a mais de 80 anos somam os outros 14%.

 

 

Respondendo a questão da intoxicação com medicamentos, a presidente do Concelho Regional de Farmácia do Estado de Goiás, Lorena Baia explicou como a automedicação pode causar intoxicação e quais são os riscos. “O uso de medicamentos responde pela maioria dos casos de intoxicação. A automedicação traz riscos à saúde, pois a ingestão de medicamentos de forma inadequada pode causar reações como dependência, intoxicação e até a morte”.

 

 

“A automedicação consiste na utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas, para tratamento de doenças cujos sintomas são “percebidos” pelo próprio paciente, sem a avaliação prévia de um profissional de saúde” alertou.

 

 

Segundo Lorena, o farmacêutico é o profissional de saúde responsável por orientar os pacientes quanto as prescrições médicas. “O farmacêutico pode fazer a prescrição de medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica, incluindo medicamentos industrializados e preparações magistrais - alopáticos ou dinamizados - plantas medicinais e fitoterápicos. O farmacêutico também é o profissional de saúde responsável por orientar e aconselhar o paciente quando este fizer uso de medicamentos prescritos pelo médico ou cirurgião-dentista. Embora a eficácia e a segurança de todos os medicamentos sejam devidamente comprovadas, é aconselhável informar-se antes de comprar um medicamento que não exija nenhuma prescrição. O seu farmacêutico é capaz de ajudá-lo.

 

 

A presidente e farmacêutica também alerta que qualquer medicamento ingerido incorretamente pode causar intoxicação, inclusive os manipulados. “Os medicamentos manipulados (também chamados de magistrais) podem ser alopáticos (farmacoquímicos e fitoterápicos) ou homeopáticos. Todo medicamento se não preparado e administrado corretamente, respeitando quesitos como a concentração máxima e sua a posologia pode levar a um quadro de intoxicação. Com os homeopáticos, por se tratarem de princípios ativos dinamizados, o risco é menor”.

 

 

Uma parte dos números enquadram suicídios e acidentes com crianças. A farmacêutica aconselha: “As crianças são vulneráveis à intoxicação com medicamentos por ingestão acidental, principalmente no período de férias, pois a criança tende a ter mais tempo em casa para procurar e ter acesso às substâncias. De uma maneira geral, o medicamento não deve ficar em local acessível às crianças. O acondicionamento deve ser feito em local alto e fora do alcance de crianças. O maleiro de um guarda-roupa pode ser uma boa alternativa”.

 

 

“Os farmacêuticos que atuam, nas farmácias e drogarias, são os últimos profissionais da saúde a manter contato com os pacientes. Os seus serviços são um muro de proteção à sociedade contra os problemas advindos do uso dos medicamentos. Qualquer medicamento, por mais inofensivo que aparenta ser, pode desencadear gravíssimas reações indesejáveis, dentre elas a intoxicação. Problemas são inerentes a esses produtos. O que barra, ou diminui os riscos advindos do seu uso é a orientação farmacêutica” concluiu.

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