A partir desta sexta-feira (1º de agosto), entram em vigor os novos percentuais de biocombustíveis adicionados aos combustíveis fósseis no Brasil. A medida, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em junho, eleva a mistura de etanol na gasolina de 27% para 30%, e a de biodiesel no diesel de 14% para 15%.

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), o impacto será significativo. “O Brasil deixará de ser importador e passará a ser exportador de combustível, com um excedente anual estimado em 700 milhões de litros. Voltaremos a ser autossuficientes em gasolina e, após 15 anos, vamos reduzir a necessidade de importação de diesel. Isso é soberania energética”, afirmou.

O ministro destacou ainda que a medida fortalece o país diante de eventuais crises geopolíticas, como a atual tensão entre Irã e Israel, que ameaça o fechamento do Estreito de Ormuz — por onde passa até 30% de todo o petróleo comercializado globalmente. “Estamos vencendo a batalha do preço dos combustíveis para mantê-los cada vez mais baratos na bomba”, disse.

Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, a expectativa é de uma redução de até R$ 0,11 por litro no preço da gasolina tipo C. Para motoristas de veículos leves, isso pode representar uma economia anual de até R$ 1.800. Já para os usuários de veículos pesados, como caminhoneiros, a economia no diesel pode chegar a R$ 960 por ano.

Apesar do otimismo oficial, o presidente da Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis), Sérgio Araújo, apontou que a economia na bomba deve ser mais modesta. Em entrevista ao G1, ele explicou que o aumento na proporção de etanol pode gerar uma redução de até R$ 0,02 por litro durante o pico da safra da cana-de-açúcar, graças à maior oferta do produto. Por outro lado, o diesel pode ficar até R$ 0,02 mais caro por litro devido ao custo do biodiesel.

As informações são do site Poder360.