terça-feira, 16 de abril de 2024

Goiás

Mais de 600 detentos se inscreveram para provas do Enem 2021

POR Thais Cabral | 08/11/2021
Mais de 600 detentos se inscreveram para provas do Enem 2021

Imagem: Divulgação/Dgap/SSPGO

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De acordo com a Gerência de Educação da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (Dgap), 611 presos realizaram inscrição para Exame Nacional do Ensino Médio para pessoas privadas de liberdade ou sob medida socioeducativa, o Enem PPL 2021, onde o Estado de Goiás registrou um aumento significativo de presos inscritos. Sendo 60% a mais quando comprado com ano anterior, que teve 382 detentos participantes.

 

 

Serão avaliados nesta edição presos de 39 unidades prisionais do Estado. Onde se destaca a Unidade Prisional Regional (UPR) de Anápolis com 135 presos inscritos, seguida pela UPR de Itumbiara e Casa de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida de Goiânia, onde, respectivamente, 66 e 40 detentos também farão a prova do Enem.

 

 

O diretor-geral de Administração Penitenciária, tenente-coronel Rasmussen, afirmou que os projetos de educação desenvolvidos dentro do sistema penitenciário são fundamentais para transformação. “O estudo é uma forma do preso conquistar mais do que a remição de pena, é uma chance de buscar um caminho diferente daquele que o levou para criminalidade, inclusive é um fator importante na redução a reincidência criminal”, defende.

 

 

Para a policial penal Juliana Porto, representante estadual do Enem PPL, explica que o crescimento de inscritos no exame é proveniente das políticas de ressocialização, que a instituição vem promovendo com mais ênfase nos últimos meses. “A Gerência de Educação tem feito um trabalho de conscientização junto aos diretores das unidades prisionais mostrando a importância da educação para os reeducandos”, explica.

 

 

 

Bons exemplos

 

Segundo um dos detentos da UPR de Porangatu, de 26 anos, inscrito no Enem PPL 2021, a prova representa uma oportunidade para entrar na faculdade. “É uma chance que não tive lá fora. Espero vitórias! Eu quero correr atrás do tempo perdido, entrar numa faculdade, me formar, e ser alguém na vida, porque se tem uma coisa que ninguém tira da gente é o estudo”, planeja.

 

 

Outro custodiado da UPR de Itumbirara fez a prova do Enem no ano passado e conseguiu uma vaga para cursar engenharia elétrica em uma universidade particular do município. “Graças ao apoio da minha família e as oportunidades recebidas dentro da penitenciária, posso almejar um novo futuro. O mundo muito julga e pouco estende as mãos para oferecer ajuda. Quando encontramos apoio e incentivo, como encontrei na administração dessa unidade, vemos uma janela se abrir para um novo caminho”, disse.

 

 

Provas

As provas do Enem PPL serão aplicadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) nos dias 11 e 12 de janeiro de 2022. O Enem PPL tem o mesmo nível de dificuldade do Enem regular. A única diferença está na aplicação das provas, que ocorre em data diferente e dentro de unidades prisionais e socioeducativas indicadas pelos órgãos de administração de cada estado.

 

Como forma de incentivar a participação dos detentos e alcançar o maior número possível de participantes, o Inep também oferece o material de preparação. Em Goiás, no entanto, a maior parte dos presos inscritos já fazem parte dos programas de educação desenvolvidos pela DGAP, como o Educação de Jovens e Adultos (EJA). “A maioria são presos inscritos já estudam nas escolas das unidades prisionais”, conta Juliana Porto.

 

 

Enem PPL

O Enem PPL é aplicado desde 2010 pelo Inep, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Ele avalia o desempenho do participante que concluiu o ensino médio e, a partir de critérios utilizados pelo Ministério da Educação (MEC), permite o acesso ao ensino superior por meio de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Além disso, contribui para elevar a escolaridade da população prisional brasileira.

 

 

 

(Fonte: Dgap -Governo de Goiás)

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