quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto: Eduardo Martins/Arquivo pessoal
O inquérito da Polícia Civil concluiu que os policiais militares envolvidos na morte do jovem João Pedro Martins de Souza, de 22 anos, agiram em legítima defesa. A vítima foi morta com três tiros, em São Luís de Montes Belos, após ter sido identificado como um dos suspeitos de publicar fotos segurando armas ao lado de um amigo em uma rede social. A defesa dos policiais alegou que eles só atiraram no rapaz, porque ele atirou primeiro durante a tentativa de abordagem.
A investigação foi concluída recentemente, no final do mês de abril, quase um ano após o fato. O delegado Luiz Fernando Pereira Ribeiro, responsável pelo caso, considerou que doa quatro envolvidos na ocorrência, dois dos PMs envolvidos agiram em legítima defesa, os outros dois, entretanto, nem tiveram envolvimento com a morte do jovem. João Pedro foi morto no dia 20 de abril de 2022 por uma equipe da PM, que procurava dois suspeitos que haviam filmado e compartilhado um vídeo exibindo armas de fogo e apoiando uma facção criminosa. Antes de localizarem João Pedro, os policiais encontraram o primeiro suspeito, de 23 anos, que teria fornecido informações sobre onde o amigo morava. O delegado, além dos depoimentos, também levou em consideração uma perícia feita em outubro no local, com reprodução simulada dos fatos.
Segundo o delegado, para a perícia, a versão mais plausível foi a de que os policiais militares invadiram a casa depois que João Pedro correu para os fundos da residência ao avistar a viatura. Um dos policiais teria visto João Pedro armado e ouvido disparos em sua direção, o que teria dado início a uma troca de tiros alegada. “Durante a investigação nós enviamos equipes para colher o depoimento de vizinhos e outras testemunhas, mas eles só alegaram ter ouvido o barulho dos disparos. Na região também não foi encontrada nenhuma câmera de segurança para análise das filmagens”, informou Luiz Fernando Pereira Ribeiro.
Família discorda
A família de João Pedro contesta a versão apresentada pelos policiais e acredita que o rapaz foi executado. “Como alguém que acabou de chegar do serviço ficaria no portão com uma arma na mão? E se ele correu quando viu a polícia, ele teve tempo de pegar uma arma”, questiona Eduardo Martins, tio de João, mas que o criou como sendo filho.
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