quinta-feira, 05 de dezembro de 2024
Redação Jornal Somos
Apesar da produção industrial em Goiás registrar uma queda de 2,8% em março quanto ao mês anterior, fevereiro, em que foi obtido um crescimento de apenas 0,3%, o desempenho industrial goiano ainda está acima da média nacional, que sofreu uma queda de 9,1% em relação a fevereiro. A justificativa para tais números está na base da produção do estado, que consiste em alimentos, medicamentos e biocombustíveis, setores que não foram interrompidos.
A Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo IBGE em março demonstra que a indústria recuou em todos os 15 locais do país que participaram da pesquisa. Em Goiás, a produção nas indústrias foi 1,2% inferior que no mesmo período de 2019. A fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias foi o setor com maior queda, seguido pelo recuo de 21,8%, neste ano, da produção da metalurgia.
No entanto, as indústrias goianas com maior peso na pesquisa, como as de alimentos e bebidas e medicamentos, mantiveram sua produção mesmo após o decreto de isolamento social instaurado no Estado, por fabricarem itens considerados essenciais à população. Outro ponto importante foi que a exportação destes alimentos goianos para outros países também se manteve.
“Como a indústria nacional é mais diversificada, com vários segmentos que tiveram a produção interrompida por conta da pandemia, ela teve uma queda bem acentuada”, esclareceu Edson Roberto Vieira, superintendente do IBGE em Goiás.
A fabricação de etanol nas usinas de Goiás aumentou devido ao início da safra de cana de açúcar. Para Edson, o crescimento da produção ocorreu exatamente no período de uma grande redução no consumo, pelo decreto inicial de distanciamento social, instaurado em 17 de março. “O resultado foi aumento de estoques e uma queda acentuada do preço nas bombas, o que deixou essa cadeia numa situação bem difícil no momento”, informa.
A fabricação de produtos químicos também foi outro segmento que atingiu um aumento de confecção em Goiás, crescendo 17,1% em março. O esclarecimento, segundo o superintendente do IBGE, pode estar no reforço experimentado na procura de itens de limpeza, encorajado pelos métodos de combate à propagação da Covid-19.
Relevante frisar que além destes quesitos, estas indústrias também continuaram produzindo para responder ao aumento da demanda, e as acusações feitas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de que a China seria a encarregada pela pandemia do novo coronavírus pode desestabilizar a relação entre os dois países, o que também poderá beneficiar para o aumento das exportações goianas alimentícias e a produção local.
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