Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Goiás, do Laboratório de Genética de Microrganismos (LGM), concluíram, em estudo, que o uso do fungo Waitea Circinata, descoberto pelo grupo em 2009 nas raízes de uma orquídea do Cerrado, pode ajudar na redução do uso de agrotóxicos.

Os estudos revelaram que este microrganismo possui a capacidade de controlar doenças do arroz, tomate, soja e cana-de-açúcar. “Primeiro realizamos testes no laboratório contra os patógenos do arroz, soja e tomate. Depois, escolhemos as doenças mais importantes como a brusone do arroz e avaliamos na planta”, explica a professora Leila Garcês de Araújo (ICB/UFG), coordenadora da pesquisa.

Segundo a professora responsável, a pesquisa pretende diminuir a dependência dos produtores rurais com insumos importados, fósseis e agrotóxicos, por meio do desenvolvimento de processos e tecnologias inovadoras, como o controle biológico, uma vez que o uso abusivo e equivocado de agrotóxicos afeta não apenas o meio ambiente, mas também a saúde humana.

“No Brasil, o consumo de pesticidas em 2018 foi de 549.280 toneladas e consequentemente aumentou o número de intoxicações de aplicadores, crianças, recém-nascidos e suicídio”, afirma Leila Garcês.

O laboratório assinou, no mês de junho deste ano, um acordo de parceria para o estudo junto à empresa Ballagro, atuante no desenvolvimento de produtos biológicos para o setor agrícola. Segundo a coordenadora da pesquisa, a previsão para a finalização do produto é de cinco anos.

Com informações do Jornal Opção