quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
O Ministério Público de Goiás ofereceu ontem, quinta-feira (24/1), mais duas denúncias contra o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, uma por estupro de vulnerável, em relação a cinco vítimas, e a outra por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e de uso restrito ou proibido.
Mas o que chamou a atenção não foi o João. Nesta mesma peça acusatória foi também denunciado Sandro Teixeira de Oliveira, filho de João de Deus, que, juntamente com o pai, está sendo acusado de dois crimes contra administração da Justiça, que são a coação no curso do processo e corrupção ativa de testemunha.
E além do filho, na segunda denúncia feita contra o réu (João), sua mulher, Ana Keyla Teixeira, também é acusada por posse irregular de cinco armas de fogo apreendidas no quarto do casal, três delas de uso permitido e duas de uso restrito ou proibido, o que é considerado crime hediondo. Destas duas, uma não possuía marca de identificação e outra estava sem número de série.
Os detalhes foram apresentados em entrevista coletiva realizada na sede do MP-GO. Promotores de Justiça da força-tarefa criada para investigar acusações contra o médium informaram que essa terceira denúncia em relação a crime sexual é relativa a cinco vítimas, quatro delas do Estado de São Paulo e uma do Distrito Federal.
De acordo com os promotores, Sandro Teixeira estava armado quando coagiu uma testemunha um dia após ela ter comparecido à delegacia. Em depoimento, esta pessoa teria prestado declarações a favor de uma das vítimas, e Sandro teria oferecido vantagens para obter o silêncio dessa testemunha, oferecendo pedras que seriam preciosas. E ainda, é possível perceber que havia uma rede de proteção em torno do réu João de Deus. Desse modo, além de lutar contra a vergonha de apresentar a denúncia de um crime sexual, as vítimas poderiam sofrer ameaças.
Em relação ao dinheiro apreendido na residência do casal, mais de R$ 1,5 milhão, além de notas de dólar, euro e franco suíço, os promotores apontaram que já está em curso investigação sobre eventual prática de lavagem de dinheiro.
Foi pedida novamente nesta ação a decretação de prisão preventiva de João de Deus, assim como novo bloqueio de valores, o qual visa garantir ressarcimento às vítimas em eventual reparação de danos. Quanto a Sandro Teixeira, foi requerida a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, entre elas a proibição de manter contato com as vítimas, de sair da comarca e a necessidade de comparecimento em juízo.
Para os promotores a grande preocupação do Ministério Público é garantir que as vítimas sejam acolhidas e seja garantido a elas a possibilidade de apresentar depoimento. Assim, eles reiteraram a importância da manutenção da prisão do médium.
Segundo detalharam os promotores, até o momento já foram atendidas mais de 310 vítimas, sendo que 160 delas, em todo Brasil, já formalizaram as denúncias por meio de depoimentos. Foi informado ainda que o contato denuncias@mpgo.mp.br, criado especialmente para atender à força-tarefa, recebeu mais de 680 emails.
Jornal online com a missão de produzir jornalismo sério, com credibilidade e informação atualizada, da cidade de Rio Verde e região.