quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto: CNA
O agronegócio ainda não se recuperou dos prejuízos decorrentes da instabilidade do tempo no ano passado, mas já se preocupa com outro fenômeno em 2024: o La Niña, que deve ocorrer no segundo semestre do ano. Especialistas alertam para a possibilidade de um período de estiagem mais prolongado, o que pode afetar diretamente o agronegócio e pecuária de Goiás.
De acordo com o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (CIMEHGO), O La Niña é caracterizado pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial. O fenômeno tende a resultar em padrões climáticos mais secos em algumas regiões do Brasil, incluindo Goiás, com diminuição das chuvas e períodos prolongados de seca.
“O La Niña faz com que as chuvas aqui no Brasil Central comecem um pouquinho mais tarde. Este ano, o período de seca começa em maio e possivelmente a chuva só retorna com força em novembro. Podemos ter seis meses de estiagem. E 180 dias de estiagem é muito tempo, porque nós já estamos entrando esse ano com um déficit hídrico, causado pelo El Niño” explica André Amorim, gerente do CIMEHGO.
Agronegócio de Goiás deve investir em tecnologias para combater condições climáticas adversas
Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), a produção de grãos, como soja e milho, depende significativamente das condições climáticas ideais, especialmente durante os períodos de plantio e colheita. A escassez de chuvas pode prejudicar o desenvolvimento das plantas, reduzindo a produtividade e a qualidade dos grãos.
Na pecuária, a escassez de chuvas também impacta diretamente a disponibilidade de pastagens para alimentação do gado. A diminuição na qualidade e quantidade de pastagem pode resultar em problemas de nutrição para o rebanho, afetando o peso e a saúde dos animais. Além disso, a redução da oferta de forragem pode levar a um aumento nos custos com alimentação suplementar.
“O produtor terá que se planejar para o enfrentamento da seca. Os agricultores podem considerar a implementação de sistemas de irrigação eficientes, explorando tecnologias modernas que permitam o uso racional da água. No caso da pecuária, é essencial antecipar a escassez de pastagens, investindo em alternativas como silagem e feno, para assegurar o adequado fornecimento de alimento ao rebanho”, explicou Alexandre Santos, coordenador do IFAG.
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