quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
O ano de 2019 se iniciou com expectativas elevadas, principalmente devido ao início de um novo governo, porém fortes turbulências foram registradas em todos os setores da economia. Foi assim que a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) avaliaram este ano.
O agronegócio teve como pontos favoráveis a aprovação da Reforma da Previdência, recuperação do número de empregos, a queda Risco Brasil (menor desde 2013), o menor número de inadimplência (desde 2010), o Acordo Comercial Mercosul com a União Europeia e também menores taxas de juros. É o que diz o analista do Instituto Para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Leonardo Machado.
“O risco Brasil, antes elevado, registrou uma retração, o que reflete um maior nível de confiança na recuperação econômica,” explicou.
A preocupação também esteve presente em alguns pontos, como o crescimento da economia ficando além do esperado, um ambiente de insegurança jurídica e maior volatilidade cambial. “Todo este cenário de dúvidas eleva o receio do setor, entretanto, podemos destacar o crescimento do PIB l e, principalmente do PIB do setor agropecuário,” destaca o analista.
O analista também cita que em Goiás, o saldo é positivo, já que o Estado registrou nos dois primeiros trimestres de 2019, um crescimento do PIB de 2,4%, e um aumento de 6,1% no setor agropecuário.
“Isso representa mais geração de empregos, comprovado pelo resultado do saldo do setor produtivo rural, setor que registrou o segundo maior saldo positivo a nível estadual e o quarto a nível nacional,” disse Machado.
Nas exportações goianas a cada US$ 10, US$ 7,5 são em produtos do agro. Dados mostram que até outubro foram exportados US$ 4,32 bilhões. O agronegócio goiano chega a mais de 150 países. Os destaques ficam com a soja representando 50% e a carne 25%. “No quesito balança comercial, o agronegócio é destaque na China, União Europeia, Coréia do Sul, Rússia e Japão que são os principais destinos do agronegócio goiano,” afirma Machado.
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) correspondeu em 2019 a R$ 46,7 bilhões (+ 13,1%). Desses, R$ 29,9 bilhões (+ 13,9%) correspondem à agricultura e R$ 16,8 bilhões (+11,7%) a pecuária. “O VPB representa a geração bruta de receita do setor e é um indicativo consistente do crescimento do setor agropecuário no estado de Goiás,” afirmou.
Mesmo com condições climáticas ruins, já que uma forte estiagem atingiu o Estado no início do ano, a produção de cereais, fibras e oleaginosas em Goiás cresceu 16%, com destaque para as culturas de segunda safra, como milho safrinha e algodão.
Expectativas para 2020
Com a retomada do crescimento na economia no 2º semestre de 2019, o grupo Faeg/Senar espera continuidade no próximo ano e tem expectativa para a aprovação da Reforma tributária, que para eles trará uma melhora no cenário fiscal e menor volatilidade cambial.
No entanto há alguns desafios, como a incerteza de um ajuste fiscal, árdua agenda na aprovação de reformas para aumento da produtividade, os desdobramentos da guerra comercial EUA e China.
“O impasse entre EUA e China gera preocupação, principalmente para a cadeia da soja. Para o milho esperamos que a demanda continue firme tanto externa quanto interna”. No que tange à pecuária, a demanda também deverá continuar a dar solidez às cadeias de produção de proteína animal. No que tange o setor sucroenergético, a expectativa fica por conta do RenovaBio e seus impactos no setor de cana-de- açúcar,” finalizou Machado.
Dificuldades para 2020
No próximo ano pode haver uma redução na produção de grãos, sendo -1,7%, de acordo com quadro apresentado. Outra preocupação é a 2ª safra do milho, que apresenta uma redução de 10% na produção.
Poucos grãos terão um aumento, o que é uma preocupação, confira os números na imagem abaixo:
— Jornal Somos (@JornalSomos) December 13, 2019
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