quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Goiás

FAEG apresenta balanço de 2025 e destaca força do agro goiano

POR Thais Cabral | 17/12/2025
FAEG apresenta balanço de 2025 e destaca força do agro goiano

Foto: Jornal Somos

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A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) realizou, na manhã desta quarta-feira (17), uma coletiva de imprensa para apresentar o balanço do agronegócio em 2025. O encontro reuniu a diretoria da entidade, especialistas do setor e profissionais da imprensa para discutir os principais acontecimentos do agro goiano ao longo do ano e as tendências que devem orientar o planejamento para 2026.

 

Durante a coletiva, o presidente do sistema FAEG/SENAR, José Mário Schreiner, destacou que a produção agrícola brasileira alcançou números expressivos. O Brasil atingiu a marca de 350 milhões de toneladas de grãos, enquanto Goiás registrou cerca de 37 milhões de toneladas, crescimento superior a 20% em relação ao ano anterior, confirmando o avanço contínuo do estado no setor agropecuário.

 

Apesar do bom desempenho produtivo, Schreiner ressaltou que esse crescimento nem sempre se reflete diretamente na renda do produtor rural. Segundo ele, fatores econômicos, como a política econômica nacional, os juros elevados e a queda nos preços das commodities, têm impactado o resultado financeiro no campo.

 

Como exemplo, a soja, que já foi comercializada entre R$ 180 e R$ 190, atualmente apresenta valores entre R$ 110 e R$ 120. Na cadeia do leite, os preços também recuaram, saindo de patamares entre R$ 80 e R$ 90 para valores em torno de R$ 50 a R$ 60. “O agro segue forte na produção, mas isso nem sempre chega ao bolso de quem produz”, pontuou.

 

Os dados financeiros apresentados indicam uma retração mais acentuada no setor. Em 2023, a queda foi inferior a 1%, enquanto atualmente já ultrapassa 10%. Em Goiás, mais de R$ 4 bilhões em dívidas foram renegociados, reflexo das dificuldades enfrentadas pelos produtores em todo o país.

 

Ao abordar a produtividade agrícola, Schreiner lembrou que a safra passada registrou uma das maiores médias já observadas, com cerca de 68 sacas por hectare, conforme dados da Expedição Safra. Para a safra atual, no entanto, a expectativa é mais cautelosa, devido a atrasos pontuais, aumento dos custos de produção e maior dificuldade no acesso ao crédito.

 

Segundo ele, menos de 30% dos custos da produção foram financiados por meio de crédito bancário, resultado das exigências mais rigorosas das instituições financeiras. Um dos principais entraves apontados é a exigência da alienação fiduciária, modelo que transfere a propriedade do imóvel rural ao banco em caso de inadimplência, gerando insegurança no campo.

 

Mesmo diante desse cenário, Schreiner destacou a resiliência do agronegócio brasileiro, afirmando que o impacto sobre a produção nacional tende a ser limitado. Ele explicou que, mesmo com a saída de alguns produtores da atividade, outros acabam ocupando esse espaço, mantendo os níveis de produção.

 

Em relação a Goiás, a avaliação segue positiva. O presidente do sistema FAEG/SENAR afirmou que o estado tem potencial para se tornar o segundo maior produtor agrícola do Brasil, impulsionado principalmente pela conversão de pastagens degradadas em áreas produtivas.

 

Entre as regiões com maior potencial de crescimento, foram destacadas o Vale do Araguaia e o nordeste goiano, que juntos reúnem milhões de hectares aptos à incorporação agrícola. Schreiner também ressaltou o avanço da integração lavoura-pecuária, do confinamento e da produção de etanol de milho, setores que fortalecem e agregam valor à cadeia produtiva.

 

Por fim, ele reforçou que, para sustentar esse crescimento, Goiás precisa avançar em infraestrutura logística e energia elétrica, com investimentos na ampliação da distribuição e na construção de novas linhas de transmissão, garantindo suporte ao desenvolvimento do agro e da agroindústria no estado.

 

 

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