quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Uma ex-funcionária da Basílica de Trindade admitiu, ao Ministério Público de Goiás (MP-GO), que cedeu seu nome para se tornar sócia de uma rádio ligada à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), e que, inclusive, também chegou a assinar documentos em branco. A mulher contou que “não recebeu valor algum” para emprestar seu nome e que o fez “pela amizade com o padre Robson”.
Esse relato está no recurso que foi apresentado pelo MP ao pedir o desbloqueio das investigações contra o padre Robson de Oliveira que averiguam supostos desvios de verba da Afipe. Desde o dia 6 de outubro a apuração está trancada pela Justiça.
Para a defesa do padre Robson, essas “questões tratadas fora do processo são” manobras “para vazar elementos de investigação já trancada, portanto, em sigilo”, afirmando ainda que a decisão do Poder Judiciário de trancar a ação “reestabeleceu a verdade”, mostrando que não houve irregularidades na gestão da Afipe. A advogada da ex-funcionária disse que não irá se pronunciar.
A assessoria da Afipe também se manifestou sobre o caso, informando que a mulher “já não fazia parte dos quadros da associação” no momento em que a nova direção assumiu à frente da instituição, bem como que “reafirma seu compromisso com a transparência e com a apuração de todos os fatos”.
A ex-funcionária se chama Celestina Celis Bueno. Ela trabalhava de doméstica na Basílica e, apesar de receber um salário de apenas R$ 1 mil, já chegou a realizar transações de mais de R$ 4 milhões, além de se tornar proprietária de emissoras de rádio, de um avião e de uma casa na praia.
Ao MP, Celestina ainda afirmou que abriu uma conta bancária, mas que não possuía conhecimento dos valores realizados nela, nem que a gerenciava. Segundo a ex-doméstica, tudo aconteceu após padre Robson pedir “para usar seu nome no quadro societário de uma rádio”, pois, “em razão das leis de comunicação, a Afipe não poderia ter tais empresas vinculadas aos seus CNPJs”.
Ela também contou que “cedeu seu nome e não sabia o que estava acontecendo”, admitindo que “assinou alguns papéis em branco” e que “assinava sem questionar, sem ler e sem ter conhecimento [do que se tratava]. Confiava em padre Robson”, afirmou Celestina.
Com informações do G1 Goiás
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