sábado, 23 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Um entregador de uma hamburgueria de Goiânia foi proibido, por uma cliente, de entrar em um condomínio de luxo da capital, por ser negro, conforme afirmativa do dono do estabelecimento, que confirmou que irá registrar uma queixa na Polícia Civil. As mensagens enviadas pela mulher no aplicativo de delivery mostram que ela pediu que enviassem um outro motoboy que fosse branco, pois não permitiria a entrada daquele.
O caso ocorreu no último domingo (25). Como o endereço da cliente estava incompleto, a equipe da hamburgueria entrou em contato, por mensagem, para pegar a quadra e o lote exatos. Foi quando a gerente pediu para que a entrada do entregador fosse autorizada, o que não aconteceu. “Esse preto não vai entrar no meu condomínio. Mandar outro motoboy que seja branco.”, disse a mulher. O estabelecimento negou enviar outro funcionário e recebeu “eu não vou permitir esse macaco” como resposta.
Diante da situação, a gerente afirmou, pelas mensagens, que não aceitaria racismo. “Não toleramos racismo! Fim. Seu pedido não será entregue”. A cliente, então, finalizou dizendo “adeus, não uso restaurante judaico”.
O aplicativo pelo qual foi realizado o pedido é o Ifood, que informou já ter identificado a usuária agressora e ter banido a mesma da plataforma. “A empresa presta solidariedade ao entregador e está em contato para oferecer apoio psicológico”, disseram.
No comunicado, o Ifood ainda afirmou que orientou o dono da sanduicheria a registrar um boletim de ocorrência, bem como que a empresa repudia qualquer ato de discriminação racial e preza pelo respeito à diversidade. “Ao receber qualquer tipo de relato como este, o Ifood apura as ocorrências e, quando comprovado o descumprimento dos termos e condições de uso, desativa o cadastro dos envolvidos”, ressaltou.
O registro do caso na Polícia Civil será realizado nesta terça-feira (27) pelo dono do estabelecimento comercial, Éder Leandro Rocha. Por ser preciso esperar que a investigação aponte se as mensagens realmente foram enviadas pela mulher ou se foram respondidas por outra pessoa como forma de prejudica-la, o nome da cliente não foi divulgado.
“Foi a primeira vez que teve um caso assim. No início, achamos que pudesse ser um trote. Nós ficamos muito sem reação, sem saber como falar para nosso entregador na porta o que tinha acontecido. Mas a gente acabou tendo que contar. Ele ficou o resto da noite triste”, disse o proprietário da hamburgueria.
Toda a conversa no aplicativo foi filmada pelo dono do estabelecimento como meio de guardar provas sobre a ocorrência. “A gente só divulgou porque esses atos não podem ficar impunes”, contou.
Com informações do G1 Goiás
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