quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
A Polícia Civil identificou provável ataque a uma escola de Pontalina, o que levou à realização de investigações no sentido de qualificar o adolescente e representar pela sua apreensão. O mandado foi expedido pela Juíza da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Pontalina. Na manhã de ontem (18) Policiais Civis de Pontalina cumpriram mandado de busca e apreensão do adolescente, 17 anos.
Também foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência do adolescente, onde foram apreendidos uma capa, uma máscara, desenhos, um coturno, um arco e flechas. Foram apreendidas ainda uma arma de fogo e munições, as quais pertenciam ao pai do adolescente, que também foi autuado em flagrante.
O adolescente tinha planos de executar um massacre na escola onde estudava, e que para isso convidou outro jovem para ajudá-lo com o plano. Ele alegou que já sofreu bullying, que as pessoas vivem ‘num inferno’, e que ao matá-las ele livraria essas pessoas desse sofrimento.
O adolescente confirmou que o atentado estava planejado para antes do Carnaval, mas não se concretizou porque o jovem não teve acesso a uma arma de repetição. Ele explicou que a arma apreendida em sua residência, por não ser desse tipo, não seria suficiente para seu objetivo.
No pedido de internação feito à Justiça, o MP-GO afirmou que, entre agosto de 2018 e março deste ano, o jovem fez várias publicações em redes sociais com conteúdos de apologia a atos de terrorismo. Foram citados os atentados de Columbine, que aconteceu nos EUA em 1999, o massacre de Christchurch – ocorrido no dia 15 deste mês na Nova Zelândia – e o atentado na Escola Raul Brasil – ocorrido em Suzano (SP).
Consta ainda da representação do MP-GO que uma testemunha, com quem o estudante mantinha laços de amizade, afirmou que o rapaz planejava ingressar na escola matando quem estivesse pela frente. “Os atos preparatórios possuem nítida correlação com atos de terrorismo, como premeditação das condutas, motivação religiosa e ataque a pessoas indefesas com nítido intuito de causar terror”, afirmou Guilherme de Oliveira.
Ao fundamentar a decisão, a juíza Danila Cláudia Le Sueur Ramaldes afirmou que ficou demonstrada a “necessidade imperiosa da medida, vez que o adolescente pode colocar em prática o plano de entrar atirando na escola onde estuda, com o objetivo de matar pessoas aleatoriamente e como medida para garantia da ordem pública e para que não execute o plano elaborado, é de suma importância sua apreensão, até para garantir a sua segurança”.
Guilherme de Oliveira, promotor de justiça responsável pelo pedido, afirmou que o rapaz planejava entrar na escola “matando quem estivesse pela frente”. “Os atos preparatórios possuem nítida correlação com atos de terrorismo, como premeditação das condutas, motivação religiosa e ataque a pessoas indefesas com nítido intuito de causar terror”, disse o promotor.
Questionado se tinha medo da reprovação social após executar um plano dessa natureza, o adolescente alegou que não, pois se mataria logo em seguida à execução do massacre e que não sentiria remorso pelas mortes, pois também já estaria morto.
Durante sua oitiva, o adolescente afirmou que um massacre ideal é aquele que tem o maior número de vítimas e comparou o massacre de Suzano-SP ao massacre ocorrido em uma mesquita na Nova Zelândia, na última sexta, (15).
Ele afirmou que o massacre da mesquita foi ideal por conta do grande número de vítimas. Ele confirmou que durante o massacre que tinha plano de executar usaria a capa e a bota que foi apreendida.
O adolescente reponderá a Auto de Investigação de Ato Infracional por apologia a crime e atos preparatórios de terrorismo.
O adolescente foi encaminhado para audiência de apresentação, que ocorreu na Fórum da Comarca de Pontalina, e em seguida recolhido em cela da Delegacia de Apuração a Atos Infracionais de Caldas Novas-GO, onde permanecerá internado provisoriamente, à disposição do Poder Judiciário.
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