No mês de dezembro, todo o Brasil promove a campanha de saúde Dezembro Vermelho, uma iniciativa voltada à conscientização para o diagnóstico e o tratamento precoce da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

O Ministério da Saúde escolheu o mês de dezembro devido ao Dia Mundial de Combate à AIDS, celebrado no dia 1º de dezembro. A campanha “Dezembro Vermelho” tem como objetivo chamar a atenção para as medidas de prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), realiza nesta quinta-feira (1º) a abertura da Campanha Nacional Dezembro Vermelho, no Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo). Serão realizadas, na ocasião, testagens rápidas de HIV, sífilis, hepatite B e C em servidores e pacientes da unidade. Durante todo o mês serão realizadas atividades  com objetivo de combater o HIV/AIDS e outras ISTs.

O painel eletrônico da SES-GO já registrou, de 2010 a novembro de 2022, 14.163 casos de HIV, sendo 11.072 na população masculina e 3.091 na feminina – desses 1.765 em gestantes. Também foram registradas 24 crianças vivendo com HIV, sendo sete delas menores de 5 anos. A secretaria registrou 387 casos de óbitos por AIDS, divididos entre 242 do sexo masculino e 145 do feminino. Apenas neste ano, 38 óbitos por AIDS e 755 adultos com HIV foram registrados. A faixa etária de maior contaminação entre adultos e gestantes é de 20 a 39 anos.

Em 2021, a SES-GO realizou ações preventivas realizando a distribuição de 6 milhões de preservativos masculinos, 18 mil preservativos femininos, 300 mil testes rápidos de HIV, e cerca de 2,5 mil autotestes de HIV para os Serviços de Assistência Especializada (SAE), visando a ampliação do diagnóstico na população vulnerável. A distribuição foi feita para todos os 246 municípios goianos.

Neste ano, foi ampliado de 14 para 16 o número de SAEs voltados ao tratamento de pessoas vivendo com HIV no estado.

Profilaxias pré e pós-exposição

Uma estratégia de prevenção ao HIV é a Profilaxia Pré-Exposição (Prep) à infecção pelo vírus, que consiste no uso preventivo de medicamentos antes da exposição ao vírus, o que reduz a probabilidade da infecção e é usada exclusivamente por pessoas não infectadas. Para ser elegível, são avaliados fatores como múltiplos parceiros ou parceiras, inconstante uso de preservativo nas relações sexuais, práticas sexuais sem preservativo, entre outros.

Já a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) ao vírus da Aids, às ISTs e hepatites virais consiste no uso de medicamentos antirretrovirais por pessoas já expostas a risco, como violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha) e acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico). A PEP, para ser eficaz, precisa ser iniciada logo após a exposição de risco (entre 2 e 72 horas) e deve se aplicada por 28 dias. Por se tratar de um medicamento de emergência, ele é oferecido geralmente em unidades de saúde 24 horas, como Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) ou Unidade de Pronto-Atendimento (UPA).

De acordo com a SES-GO, os dois métodos de prevenção não substituem o uso do preservativo nas relações sexuais (orais, anais e vaginais), já que não previne contra todas as ISTs. De acordo com o Sistema Logístico de Controle de Medicamentos (Siclom), do Ministério da Saúde, Goiás dispõe de 18.704 pessoas em uso de Terapia Antirretroviral (Tarv) e 3.270 usuários em uso do Prep.