quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Um grupo de pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveu um método de controle biológico do mosquito Aedes aegypti, que é o principal transmissor dos vírus da Dengue, Zika e Chikungunya. A medida se faz relevante neste momento em que o mosquito está gerando surto destas doenças, em especial da Dengue, que sofre um avanço neste ano.
Segundo o quadro de comparação de casos da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, neste ano de 2022, entre as semanas 1 a 10, já foram confirmados 21.389 casos de Dengue, enquanto neste mesmo período de 2021 eram 9.485 casos confirmados. A quantidade de confirmações deste ano é a maior desde 2020 para o período.
Com o método criado pela UFG, o mosquito é atraído para um dispositivo que parece um criadouro ou um lugar de descanso, objeto, este, que seria deixado em toda área que possua muita presença do Aedes. Dentro desse local, são inseridas formulações, desenvolvidas pela pesquisa, que carregam conídios e microescleródios do fungo Metarhizium humberi, que é capaz de produzir novos conídios que conseguem infectar e causar a morte de larvas, ovos e adultos do mosquito.
“A formulação é aplicada dentro dos dispositivos, que não são armadilhas, pois os mosquitos não ficam presos: entram, ficam contaminados e saem”, explica o pesquisador Wolf Christian Luz, professor que liderou o grupo do estudo, que foi realizado no Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (LPI/IPTSP).
A pesquisa, que ainda está em andamento, possui o objetivo de controlar o Aedes aegypti por meio deste fungo. “A linhagem Metarhizium humberi IP 46 utilizada na nossa pesquisa já foi estudada intensamente em Aedes aegypti em condições de laboratório e apresenta atividade inseticida em ovos, larvas e adultos desse vetor”, explicou o professor.
Já foram feitas três etapas da pesquisa até o momento, que foram os estudos in vitro, os estudos em condições de laboratório com adultos do Aedes aegypti e também os estudos em condições de semi-campo e de campo. Todos os experimentos foram realizados em condições controladas.
Cuidados com a dengue
Apesar de no mapa de incidência de casos de Dengue das últimas quatro semanas de 2022 (semanas 7 a 10), divulgado pela SES-GO, a cidade de Rio Verde estar em baixo risco, ainda assim se faz necessário cuidados com o mosquito transmissor. Para eliminar os focos do Aedes, é preciso manter os quintais sempre limpos e livres de possíveis lugares com água parada, bem como evitar descartar lixo em locais errados.
A agente de endemias de Rio Verde, Maria José Santos, passou algumas dicas para a população do município por meio de um comunicado da prefeitura: “As garrafas, não vamos deixar elas com a boca para cima, vamos virá-las ou acondiciona-las em um local coberto. Os descartáveis, os lixos, vamos coloca-los em sacos, para o caminhão de coleta retirar, não vamos deixar em casa, porque pode vir a chuva e acumular água. As vasilhas dos nossos animais, vamos assepsiar elas toda a semana. Olhem também os ralos, vejam se eles não estão acumulando água. Se você tem cisterna ou fossa na sua casa, dê um jeito de lacrar, porque se o mosquito entrar ali ele vai reproduzir (...)”.
(Com informações do Jornal Opção, da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás e da Prefeitura de Rio Verde)
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