O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, tem assumido nos últimos dias uma posição de destaque na luta contra a reforma tributária que está em discussão na Câmara dos Deputados. Seu principal alvo é o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), um imposto baseado no consumo que substituirá cinco tributos, incluindo o ICMS, a principal fonte de arrecadação dos estados.

A falta de consenso em relação ao ICMS tem sido um entrave para uma reforma tributária há três décadas. Em entrevista à GloboNews, Caiado voltou a abordar o assunto com ênfase, chamando atenção para a "ilógica" e a "irrealidade" de promover uma reforma tributária que, segundo ele, "anula os entes federados". Em sua visão, os governantes perderão a capacidade criativa de desenvolver áreas do governo de acordo com as necessidades locais.

Caiado destaca que os fundos de combate à pobreza serão anulados e aponta as discussões em torno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 45, cujo relator na Câmara é o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e os princípios são do economista Bernard Appy. O IBS, também conhecido como "imposto sobre valor agregado", é a proposta em destaque.

Caiado deixa claro que não aceitará perder a autonomia que seus eleitores esperam dele, afirmando: "Não admito, de maneira alguma, como eleito, perder a autonomia daquilo que a população do estado espera de mim, que é defender o estado de Goiás". O governador ressalta que sua posição não é contrária à reforma em si, visto que parte das propostas do economista Bernard Appy, mas afirma que o economista não conhece a realidade do país. 

A posição de Caiado na reforma tributária parece ser mais uma defesa de interesses locais do que uma visão voltada para o bem comum e o progresso do país. É importante considerar os benefícios de uma reforma tributária ampla e equilibrada para impulsionar o desenvolvimento econômico e reduzir as desigualdades.