Um projeto de lei de autoria do deputado estadual Antônio Gomide (PT) busca proibir a pulverização aérea de defensivos em todo o estado de Goiás. A justificativa é que 19% dos defensivos aplicados por voo, se dispersam além da área de aplicação, segundo o texto da matéria. A Fundação Osvaldo Cruz emitiu uma nota técnica afirmando que 70% do produto aplicado não atinge o alvo.

Mas não é só Goiás que se debate o uso de aviões e drones para aplicação de defensivos agrícolas. Outros 11 estados brasileiros já iniciaram a discussão acerca da proibição da prática. Ceará já baniu a técnica desde o início do ano. A União Europeia e os Estados Unidos também já não faz o uso da pulverização aérea no campo.

A PL n.º 574/23 que tramita neste momento na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) já despertou reações do setor. Lucas do Vale, deputado estadual e coordenador da Frente Parlamentar do Agronegócio e da Infraestrutura, soltou uma nota afirmando que a PL um retrocesso e que traria prejuízos econômicos com a diminuição da produtividade e encarecia o preço dos alimentos, afetando toda cadeia produtiva.

Com a proposta montada, representantes do setor do agronegócio devem brigar para derrubar a matéria, porém acredito que o esforço deverá ser em vão. Quando o primeiro mundo está virando para uma direção, é costumeiro que o Brasil com uma certa demora siga o mesmo caminho. E se mais cedo ou mais tarde, a medida for aprovada, a conta vai cair na mão dos produtores (ou não) que devem procurar outros meios eficientes para o combate de pragas do campo.

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