segunda-feira, 08 de julho de 2024

Goiás

Coluna Bento Junior: POEMAS DOS BECOS DE GOIÁS, E SUAS ENCHENTES MAIS

POR Bento Júnior | 21/02/2024
Coluna Bento Junior: POEMAS DOS BECOS DE GOIÁS, E SUAS ENCHENTES MAIS

Foto: Reprodução

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Patrimônio histórico mundial pela UNESCO, antiga capital do estado, lar da mais importante poetisa de toda cultura goiana, além de outros grandes nomes como pintores e etc. É inegável que Goiás, ou a “Cidade de Goiás”, ou até mesmo “Goiás Velho” para os mais íntimos, tem sua importância para o povo goiano, não à toa que é a única cidade do estado a oficialmente receber todos os anos temporariamente o governo do estado, durante alguns dias.

 

Quem visita a antiga capital, se depara com uma arquitetura única, onde predomina o estilo colonial e igrejas com decoração barroca, mas também se destaca a Igreja do Rosário, cuja arquitetura remete ao período neogótico. Por que eu estou ressaltando todas essas qualidades e histórias vinculadas à cidade? Pois mais uma vez a ameaça das águas atinge nosso patrimônio.

 

A Cidade de Goiás tem alerta de chuva intensa para a próxima quinta-feira (22), de acordo com o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo). As fortes chuvas que ocorrem desde a noite de segunda-feira (19) no município resultaram no aumento do nível do Rio Vermelho, que ameaça transbordar e tomar as ruas da cidade. Imagens mostram a cheia das águas. Para esta quarta-feira (21) o Cimehgo emitiu um alerta sobre as chuvas na Cidade de Goiás.

 

Em decorrência das chuvas que ocorrem desde a noite de segunda-feira (19), na cidade de Goiás, a assessoria da administração municipal informou que o prefeito Anderson Gouvêa (PT) pediu para evacuar a prefeitura.

 

Pacientes do Hospital São Pedro, localizado às margens do Rio Vermelho, precisaram ser transferidos da unidade em razão da cheia do rio. A transferência ocorreu na noite de terça-feira (20), de maneira preventiva. As pessoas que estavam na unidade de saúde foram levadas para hospitais em cidades, como Goiânia, Itaberaí, Nerópolis e São Luís dos Montes Belos.

 

A vez mais marcante, que a cidade registrou tamanha quantidade de chuvas, foi quando o volume de chuvas culminou em uma grande enchente, em 31 de dezembro de 2001, que quase devastou boa parte de material histórico em casas mais próximas do rio, como o Museu Casa de Cora, que guarda e expõe itens pessoais e parte do acervo original da poetisa Cora Coralina.

 

Além disso a tão famosa Cruz do Anhanguera, símbolo da chegada de Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhanguera) à cidade, e símbolo da representação do cristianismo no processo de criação de Vila Boa de Goiás, foi levada pelas águas e encontrada semanas depois, em uma propriedade rural, às margens do Rio Vermelho.

 

O processo de restauração em Goiás não é fácil, devido ao tombamento como Patrimônio Histórico, muita coisa não pode ser feito nas casas, a fim de evitar maiores danos quando das cheias do Rio Vermelho (como a registrada agora, ou as registradas em 2011 e 2019, ou até mesmo a enchente de 2001/02). Além disso, há vidas que moram ali, ou que dependem economicamente de propriedades no leito do rio, como o Museu Casa de Cora ou o Hospital São Pedro.

 

Como são frequentes, já acontecendo desde a fundação da cidade, ainda mais agora com o advento da tecnologia, já não deveria ter sido feito algo para minimizar os danos nas cheias do Rio Vermelho, a fim de preservar nossa história e cultura contidas na antiga capital goiana?

 

 

 

Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.

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