sábado, 23 de novembro de 2024
Foto: Divulgação/Polícia Federal
O grupo de coiotes desmantelado pela Polícia Federal (PF) em Goiás, em operação nesta quinta-feira (6), cobrava R$ 100 mil de cada pessoa que tentou entrar nos Estados Unidos. A informação é do delegado da PF, Charles Lemes.
Segundo a corporação, 448 pessoas tentaram ingressar de forma ilegal nos EUA por meio do grupo de coiotes baseado em Goiás, mas não conseguiram e foram deportadas. O valor cobrado para a travessia, como mencionado, é de U$ 20 mil (cerca de R$ 100 mil) por pessoa. Investigações apontam que tiveram pessoas que até desapareceram na travessia. Os números não foram precisados.
O delegado explica que os interessados em fazer a travessia ilegal procuravam os agenciadores. No caso, a organização criminosa alvo da ação, que atua há 20 anos em solo goiano e prestava serviço para todo o Brasil. “Essas organizações criminosas contam com braços operacionais para fazer a lavagem do dinheiro. A PF, contudo, faz um rastreamento desse dinheiro e consegue descobrir terceiros envolvidos [laranjas] que atuam para confundir as investigações”, diz Charles.
O grupo de coiotes desmantelado pela Polícia Federal em Goiás movimentou quase R$ 60 milhões com entrada ilegal de pessoas nos Estados Unidos, entre 2018 e 2023. Nesta quinta (6), os agentes prenderam dois líderes do grupo – uma mulher e um homem -, mas um terceiro está foragido no México, com o nome incluído na lista de procurados da Interpol.
“As investigações apontam que ele estaria no México para levar as vítimas [para atravessar a fronteira do México com os Estados Unidos, de forma ilegal]”, afirma o delegado. Na ocasião, também foram cumpridos outros nove mandados de busca e apreensão em Goiânia e Anápolis.
A PF esclarece que o grupo também possui membros em outros Estados e, inclusive, no território dos Estados Unidos. Segundo a corporação, os investigados poderão responder pelos crimes de promoção de migração ilegal, lavagem de dinheiro e associação criminosa, cujas penas somadas podem ultrapassar 18 anos de reclusão. A investigação continua.
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