terça-feira, 23 de abril de 2024

Goiás

Chica Doida se torna patrimônio cultural e imaterial dos goianos

POR Ana Carolina Morais | 15/04/2022
Chica Doida se torna patrimônio cultural e imaterial dos goianos

Foto: Rodolfo Cândido / Afipe, Pai Eterno

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A Chica Doida, prato típico goiano, sucesso na culinária do Estado, foi reconhecida oficialmente como Patrimônio Cultural e Imaterial de Goiás, por meio do Projeto de Lei apresentado pelo deputado Coronel Adailton (PRTB), que foi sancionado pelo governador Ronaldo Caiado (UB) e publicado, na quarta-feira (13), no Diário Oficial do Estado.

 

 

O parlamentar argumentou, no Projeto, que a Chica Doida é “uma tradicional iguaria goiana, que foi criada há mais de 70 anos pela família do Sr. João Rocha e Dona Petronilha, moradores do município de Quirinópolis, em Goiás, e se tornou um ícone da gastronomia goiana (...) Praticamente todas as pamonharias de Goiânia adotaram o prato em seus cardápios. Várias versões foram criadas por renomados Chefs de Cozinha”.

 

 

O texto legislativo ainda afirmou que o prato está presente não só no território goiano, mas também em outros estados brasileiros, trazendo popularidade para a família da Dona Petronilha, o que resultou na inauguração do mercado público municipal, em dezembro de 2020, na cidade de Quirinópolis.

 

 

História do prato

 

A história do prato típico goiano foi contada na proposta legislativa. Ele teria sido criado, ao acaso, em uma fazenda perto do município de Quirinópolis, durante uma pamonhada, com o resto da massa de milho que havia sobrado sem palha para finalizar a pamonha. Confira abaixo a história completa:

 

 

“Dona Petronilha Ferreira Cabral e o marido João Batista da Rocha sempre reuniam a família e os amigos numa pamonhada, na Fazenda Cachoeirinha do Rio Preto, município de Quirinópolis. Conta Dona Petronilha que em meados de 1945, numa dessas pamonhadas, a palha acabou. Na dúvida sobre o que fazer com a massa de milho que havia sobrado, recorreu ao marido, que sugeriu que ela inventasse um prato. Dessa feita, Dona Petronilha foi adicionando a massa de milho bastante cebola picada, alho amassado com sal e pimenta malagueta. A massa foi para o forno e dona Petronilha acrescentava água fervendo para ficar no ponto. Depois espetou as sobras de queijo, linguiça e jiló. Cobriu a massa com fatias de queijo e levou para dourar. Serviu o prato bem quente.

 

Relata Dona Petronilha que entre um gole e outro de cachaça todos saborearam e se deliciaram com o invento. “Que coisa apimentada é essa, gostosa”, queriam saber e também batizar o prato. Foi quando seu marido o Sr. João Batista disse: “É uma coisa de doido! Vai se chamar ‘Chica Doida’, em referência a pimenta e em homenagem a Dona Francisca, uma senhora que morava com a família e foi a responsável por acrescentar grande quantidade de pimenta malagueta à receita.

 

Depois que se mudou para a cidade, já com a família formada, Dona Petronilha virou referência da culinária de Quirinópolis. Passou a receita para as filhas, para as vizinhas e atualmente toda cidade aprecia o prato. Dona Petronilha, hoje com mais de 80 anos de idade, se orgulha em dizer que a Chica Doida é uma receita de sucesso e se popularizou, conquistando espaço nos cardápios de restaurantes e bares da cidade.”

 

 

(Com informações do O Popular e do Jornal Opção)

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