quinta-feira, 28 de março de 2024

Cerimonialista diz que cuspiria na cara de diarista que não pôde ir trabalhar em Anápolis

POR Ana Carolina Morais | 11/11/2020
Cerimonialista diz que cuspiria na cara de diarista que não pôde ir trabalhar em Anápolis

Reprodução / TV Anhanguera

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A diarista Maria José de Souza Marques, de 54 anos, registrou na Polícia Civil de Anápolis um caso ocorrido na última sexta-feira (6), em que se sentiu humilhada pelo seu contratante, o cerimonialista Valeriano Pinto Coelho Filho, de 59 anos. Ela revelou que após avisá-lo de um imprevisto que a impediria de trabalhar para ele naquela ocasião, recebeu um áudio do homem dizendo, entre outras coisas, que cuspiria na cara dela e que tinha “ódio de me misturar com gentalha como você”.

 

 

A vítima revela que ficou desnorteada. “Nunca fui humilhada nessa vida. Fiquei desnorteada com o áudio da resposta que ele deu. Foram ofensas demais”, disse Maria José. O cerimonialista afirmou, ao portal G1 Goiás, que possuía uma relação de amizade com a diarista e que a enviou uma mensagem de indignação por ela não cumprir o acordo de limpar a casa dele naquela data.

 

 

Além de diarista, Maria José também trabalha em uma lanchonete. Na ocasião, ela havia combinado de realizar uma faxina na casa do cerimonialista, porém precisou cancelar porque foi chamada para preparar um prato na empresa alimentícia. Confira abaixo a transcrição da conversa entre as partes, feita por meio de áudios:

 

 

Áudio enviado pela diarista Maria José: “Valeriano, não vou poder ir. O homem me ligou agora. Estava me arrumando para ir para sua casa. O mocotó acabou, e eu tenho que descer para fazer. Infelizmente, não vou poder ir, me desculpa aí. Tenta arrumar outra pessoa, tá bom?”.

 

 

Áudio enviado pelo cerimonialista Valeriano Filho: “Com certeza vou arrumar outra pessoa. Pessoa digna de frequentar minha casa e limpar minhas sujeiras. Você não é digna de limpar nada. Para mim, você não passa de um lixo. No dia que eu te ajudei com aqueles tijolos, foi por causa do [nome do homem]. Dá vontade de ir aí e quebrar tijolo por tijolo na sua cabeça. Vai fazer mocotó que é comida de pobre. Isso que você sabe fazer. Tenho ódio de me misturar com gentalha como você. No dia que eu te ver na rua, vou cuspir nessa cara horrorosa sua. Não cruza meu caminho. Se você não tem hombridade de honrar seus compromissos, eu tenho”.

 

 

Em sua defesa, o cerimonialista alegou que conhece a diarista há 15 anos e que já a ajudou em diversas ocasiões. Ele afirmou que pretende processar Maria José pela divulgação do áudio, que fora enviado em uma conversa privada. “Posso ter pego pesado no áudio mesmo porque estava muito irado. Mas todas as vezes que ela batia na minha porta, a ajudava. Não é a primeira vez que brigamos por causa do não cumprimento da parte dela para comigo. Em um momento de nervoso eu mandei uma mensagem para ela, não postei em rede social, não a difamei, não a caluniei. Eu mandei para ela, realmente, um áudio ridículo, porque não é o meu perfil”, disse.

 

 

Para Maria José, mesmo que Valeriano a tenha ajudado a conseguir doações de tijolos, nada justifica esta atitude. Ela revelou que tem gastrite e que as mensagens a deixaram tão chateadas que fizeram com que ela passasse mal. “A gente não perde por ser humilde. Ele não tem humildade. Ele veio com palavras de baixo calão, me ofendendo, me chamando de vagabunda. Eu sou trabalhadora, tenho como provar que sou honesta, nunca peguei nada de ninguém”, desabafou.

 

 

A Polícia Civil confirmou que o boletim de ocorrência foi registrado, informando que, no momento, aguarda a representação criminal da diarista para iniciar a investigação do caso. Sobre isso, Maria José afirmou que uma advogada está responsável por este procedimento.

 

 

Dados de usuária que chamou motoboy de macaco em Goiânia são entregues pelo iFood à Polícia

 

Outra ocorrência no estado de Goiás que também envolve humilhação por parte de contratantes à contratados foi o episódio vivido pelo entregador Matheus, em Goiânia, onde uma usuária do iFood não permitiu que ele entrasse em seu condomínio para realizar a entrega de um sanduíche em razão do motoboy ser negro, tendo inclusive chamado ele de macaco no chat da plataforma.

 

 

Nesta terça-feira (10), a Polícia Civil informou que recebeu, do iFood, as informações sobre a usuária, apenas um dia após o Tribunal de Justiça de Goiás acatar o requerimento de quebra de sigilo de dados realizado pela delegada responsável. Sendo assim, a investigação segue em fase de apuração para identificar a autora e delimitar o crime cometido.

 

 

Com informações do G1 Goiás

 

 

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