sexta-feira, 19 de abril de 2024

Goiás

BRK está longe da meta de universalizar a rede de esgoto no sudoeste goiano, entenda

POR Jornal Somos | 15/04/2019
BRK está longe da meta de universalizar a rede de esgoto no sudoeste goiano, entenda
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O contrato de subdelegação da rede de esgoto de Aparecida de Goiânia, Trindade, Jataí e Rio Verde está próximo de atingir o prazo estipulado para se atingir a universalização do serviço nas quatro cidades. A seis meses da data, que é na primeira quinzena de outubro deste ano, ainda existem situações como em Trindade (54%) e Aparecida de Goiânia (48%) em que o percentual atingido no mês passado ainda reside próximo da metade do que deveria ser feito.

 

O contrato foi assinado em julho de 2013, e teve inicialmente como empresa responsável a Odebretch Ambiental. Em 2017, no auge das delações premiadas no âmbito da Lava Jato veio à tona a informação de que o contrato teria sido contrapartida de um caixa dois acertado entre políticos goianos e os donos da empresa. Por isso, entre 2013 e 2017 as obras avançaram lentamente, entre 5,3% e 20%.

 

O contrato tem um prazo de vigência de 30 anos. Além de prever a implementação e universalização da rede de esgoto, ele concede o direito de gestão e recebimento das taxas cobradas pelo serviço. Descapitalizada e em crise, diante dos escândalos envolvendo a Odebrecht, a empresa foi vendida em 2016 e teve a negociação concluída em 2017, quando o contrato passou a ser da BRK Ambiental.

 

Na época, Jalles Fontoura, presidente da Saneago, avaliou a troca como positiva, e afirmou que acreditava que assim seria possível concluir as obras até 2019. Em dois anos a BRK afirma ter investido R$ 438 milhões nas quatro cidades.

 

Desde que assumiu o contrato, a BRK conseguiu manter o avanço das obras entre 13% a 19% nas quatro cidades. Em 2018 foram implantados 380 quilômetros de redes coletoras. Também foi realizada a segunda fase da obra da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Santo Antônio, em Aparecida de Goiânia, modernização da ETE Rio Carlo, em Jataí, implantação da ETE Chapadinha, em Rio Verde, e modernização da ETE Barro Preto, em Trindade.

 

Além de promover a integração das redes de água e esgoto as regras do contrato prevêem ainda a implantação de sistema informatizado para controle das atividades  interligado ao sistema da Saneago, delega à empresa a leitura de hidrômetros e emissão de faturas únicas de cobrança, e à instituição financeira responsável pelo recebimento cabe fazer a divisão dos valores e repassá-los à Saneago e à subdelegatária.

 

Na tentativa de cumprir a meta dentro do prazo a BRK investiu R$ 157 milhões na execução das obras. Para os próximos anos a previsão é de uma aplicação de R$ 711 milhões.

 

Em Rio Verde, a cobertura da rede de tratamento de esgoto já era de 47% em relação ao total da rede de distribuição de água, quando a BRK ambiental assumiu as obras. A previsão de investimento para o ano passado foi de R$ 24 milhões, que incluiriam a implementação de mais 61 quilômetros de redes coletoras e a inauguração da ETE Chapadinha. Até dezembro de 2017 já tinham sido aplicados na cidade R$ 73 milhões.

 

 

Parte da verba da Celg D pagou dívidas da Saneago

 

O Estado de Goiás recebeu pela venda da Celg Distribuição R$ 1,10 bilhão em fevereiro de 2017. Dessa verba, destinou à Saneamento de Goiás S.A. (Saneago) R$ 100 milhões. Mas, diferente do que o Governo Estadual divulgou que na época e do que está no Portal da Transparência, o dinheiro não foi destinado apenas para aplicação em obras. Somente R$ 65,372 milhões foram encaminhados ao cumprimento do plano de investimento tanto para sistema de água quanto no de esgoto.

 

O restante, R$ 34,627, foi para pagar empréstimos junto a sete instituições bancárias. Segundo dados da Saneago, houve o pagamento de parcelas e quitação de dívidas em 2017. Os valores variam de R$ 153 mil a R$ 9,414 milhões.

 

Assim, 65,37% da verda da venda d aCelg foi destinada a obras e representa a maior quantia aplicada de abril a setembro de 2017 no plano de investimento da companhia, que somou R$ 69,143 milhões.  

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