terça-feira, 16 de abril de 2024

Assassinato dos advogados em Goiânia pode ter sido por disputa judicial de uma fazenda

POR Ana Carolina Morais | 19/11/2020
Assassinato dos advogados em Goiânia pode ter sido por disputa judicial de uma fazenda

Reprodução / TV Anhanguera

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O assassinato de dois advogados em um escritório de Goiânia pode ter sido motivado por uma disputa judicial envolvendo uma fazenda, avaliada em R$ 46 milhões, localizada em São Domingos, na região nordeste de Goiás. A possível causa foi informada pela Polícia Civil, nesta quarta-feira (18). O crime, cometido há 20 dias, possui cinco suspeitos.

 

 

“[O motivo pode ser] uma ação milionária envolvendo terras do suspeito em que as vítimas advogavam contra. Ainda não conseguimos apurar se este processo teria sido concluído, mas sabemos que os advogados haviam tido algum tipo de êxito”, afirmou Rhaniel Almeia, delegado responsável.

 

 

De acordo com apuração efetuada pela TV Anhanguera, a família de Nei Castelli, 58 anos, suposto mandante do crime, comprou no ano 2000, terras na cidade de São Domingos, iniciando investimentos na região. Porém, outra família, do estado do Paraná, surgiu se apresentando como a verdadeira proprietária do local, contratando, então, os advogados Marcus Aprígio Chaves e Frank Alessandro Carvalhes, para entrar na Justiça.

 

 

Para a polícia, esse embate judicial pode ter sido o que motivou Nei a mandar assassinar os advogados. Segundo a corporação, se os autores do crime não fossem presos após os homicídios, cada um receberia R$ 100 mil, e se fossem localizados e pegos pelos policiais, o valor a receber subiria para R$ 500 mil.

 

 

 

 

O advogado de defesa de Nei Castelli informou que foi acionado pela família do cliente e que está aguardando liberação para conseguir acesso ao inquérito e, dessa forma, delimitar uma estratégia de defesa.

 

 

O fazendeiro suspeito de ser mandante do crime foi preso na última terça-feira (17). Segundo o delegado, ele morava em Correntina, no estado da Bahia, e estava indo para o Paraná quando foi abordado e preso em um posto de combustível na BR-050 no município de Catalão, em Goiás. A polícia encontrou, com ele, R$ 34 mil em espécie.

 

 

Na ação, Nei não confessou o crime e justificou que o dinheiro seria utilizado para compras. “A gente não consegue definir ainda se estava indo de forma eventual ou tinha descoberto que estava sendo monitorado”, explicou o delegado.

 

 

As cinco pessoas que podem estar envolvidas no crime são: Pedro Henrique Martins, suspeito de matar os advogados, foi preso no dia 30 de outubro em Porto Nacional (TO); Jaberson Gomes, suspeito de marcar horário com os advogados e acompanhar Pedro Henrique no dia do assassinato, foi morto no dia 30 de outubro em confronto com a Polícia Militar de Tocantins; Hélica Ribeiro Gomes, namorada de Pedro Henrique, suspeita de receber o dinheiro do mandante e passar ao namorado, é investigado se ela tinha conhecimento do crime, foi presa no dia 9 de novembro em Porto Nacional (TO); Cosme Lompa Tavares, suspeito de contratar os executores do crime, foi preso no dia 9 de novembro em Palmas (TO); Nei Castelli, fazendeiro suspeito de ser o mandante do assassinado, preso no dia 17 de novembro, em Catalão (GO).

 

 

 

 

Repercussão

 

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), se manifestou sobre o resultado das investigações policiais, parabenizando a força de segurança goiana por apresentar o suposto mandante do crime, elucidando o fato da rápida resposta aos familiares e sociedade, uma vez que a resolução ocorreu em 20 dias.

 

 

Leia abaixo a nota na íntegra:

 

NOTA

 

Como governador de Goiás, venho de público, mais uma vez, parabenizar e reconhecer a excelência do trabalho promovido por nossas forças de segurança, que apresentaram o suspeito de mandante do crime que vitimou os advogados Marcus Aprígio Chaves e Frank Alessandro Carvalhaes.

 

Este é mais um resultado rápido da investigação realizada pela força-tarefa criada no âmbito da Secretaria de Estado da Segurança Pública ainda na data do crime (28/10) e que, em apenas 20 dias, elucidou o caso e trouxe respostas aos familiares e à sociedade.

 

É determinação de governo que todos os crimes contra a vida sejam rapidamente esclarecidos. É nosso compromisso não deixar impune nenhum dos responsáveis por tamanha crueldade. Em Goiás, como digo sempre, não existe crime que fique impune.

 

À família e aos amigos das vítimas, me solidarizo e ofereço as minhas orações. Peço a Deus que, em sua infinita bondade, continue a fortalecê-los.

 

Ronaldo Caiado

Governador de Goiás

 

 

Com informações do G1 Goiás

 

 

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