sábado, 23 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Investigado por suspeita de desviar dinheiro de doações de fiéis para comprar casas na praia, fazendas e outros itens de luxo, Padre Robson de Oliveira Pereira, de 46 anos, se afastou da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), responsável pelo Santuário Basílica de Trindade, segundo ele, para colaborar com as investigações do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). Após receber diversas críticas de fiéis em suas redes sociais, o religioso limitou os comentários em suas publicações, impossibilitando que pessoas deixem mensagens em sua conta.
O bloqueio na rede social iniciou neste sábado (22), mas segundo a defesa do padre, esta limitação acontece apenas para quem não é seguidor, tratando-se de um “delay” do Instagram. Foi afirmado, ainda, que a limitação nos comentários “não foi configurada após críticas, sempre foi assim”. Testes foram feitos e o espaço de mensagens segue limitado.
Também no sábado, Padre Robson publicou um vídeo em sua rede social explicando sobre seu afastamento da Afipe. “Sempre estive e continuo à disposição do Ministério Público. Por isso, esse meu pedido de afastamento vai me permitir colaborar com as apurações da melhor forma e com total transparência para que seja confirmado que toda doação que fazemos ao Pai Eterno – terços rezados, o dinheiro doado, tempo, carinho, trabalho empregado na evangelização – foi toda, repito, toda empregada na própria associação Afipe em favor da evangelização”, afirmou na gravação.
Investigação
A Operação Vendilhões, deflagrada na última sexta-feira (21), possui como alvo a Afipe. A suspeita é de que a organização teria recebido quase R$ 750 milhões em doações entre 2016 e 2018 e, conforme as apurações da investigação, parte do valor foi utilizado em transações para o benefício da gestão da entidade e de terceiros próximos.
Segundo o MP-GO, Padre Robson, que é presidente da Afipe, utilizava as quantias de forma indevida, sendo apurado crimes como organização criminosa, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e sonegação fiscal.
Ainda conforme apurações do MP, o valor mensal das doações, adquiridas de diversas regiões do país, gira em torno de R$ 20 milhões. No processo, é elucidada a relação de Padre Robson com empresas privadas de uma rede de posto de combustível e também empresa de administração.
Entre as práticas mais comuns estaria a compra e venda de imóveis em condições não convencionais, como a venda de uma residência avaliada em R$ 2 milhões por R$ 1,3 milhão. Para o Ministério Público, a Afipe se tornou “uma grande empresa”, estando em investigação se a associação desviou R$ 120 milhões das doações para as práticas já mencionadas.
Com informações do G1 Goiás e Jornal Opção
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