sexta-feira, 26 de abril de 2024

Advogados ligados à família Bolsonaro, e defesas de Lula e Witzel são alvos de Operação da Lava-Jato

POR | 09/09/2020
Advogados ligados à família Bolsonaro, e defesas de Lula e Witzel são alvos de Operação da Lava-Jato

Reprodução de vídeo

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Na manha de hoje, quarta feira (09/09), a força-tarefa da Lava-Jato realiza uma nova Operação em parceria do Ministério Público Federal com a Polícia Federal (PF) e Receita Federal, faz busca e apreensão em 50 endereços no Rio, São Paulo e Brasília. Entre os alvos estão os advogados Frederick Wassef (que representou a família Bolsonaro), Cristiano Zanin (sócio de um dos responsáveis pela defesa criminal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) e Ana Tereza Basílio (Wilson Witzel).

 

Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz federal Marcelo Bretas - não há mandados de prisão - e estão sendo executdos contra escritórios de advocacia que teriam sido usados para desviar ao menos R$ 151 milhões do Sistema S do Rio, composto pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio (Fecomércio-RJ), Sesc e Senac entre 2012 e 2018, sem comprovar o serviço prestado. O objetivo dos desvios era montar uma blindagem que mantivesse o empresário Orlando Diniz, agora ex-presidente da seção fluminense do Sistema S, no comando das entidades, o qual realizou delação premiada que resultou na Operação de hoje.

 

A Lava Jato apurou que as entidades do Sistema S teriam destinado pelo menos metade do seu orçamento anual a contratos com escritórios de advocacia. A força-tarefa aponta que a Fecomércio-RJ, por exemplo, gastou R$ 355 milhões a pretexto de advocacia, "por serviços supostamente prestados", dos quais "ao menos R$ 151 milhões foram desviados". Segundo o MPF, alguns dos pagamentos foram "sob contratos de prestação de serviços advocatícios ideologicamente falsos"; sem contratação formal e sem critérios técnicos, como concorrência ou licitação.

 

Segundo o MPF, os escritórios de advocacia tem o advogado Frederick Wassef como um dos alvos. Agentes da PF estão realizado buscas em endereços ligados a Wassef, que já foi advogado da família Bolsonaro e escondeu o ex-assessor da família Fabrício Queiroz. Wassef foi citado na delação do ex-presidente da Fecomércio Orlando Diniz. Em julho deste ano, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou que o escritório de Wassef teria recebido R$ 2,6 milhões da Nagib Eluf Sociedade de Advogados. Segundo reportagem do jornal O Globo, o escritório foi contratado por Orlando Diniz que em seguida teria subcontratado Wassef para supostamente atender casos de falsificação de documentos.

 

Dos 26 réus, 23 são advogados (veja lista completa abaixo), e ainda um ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), além de um auditor fiscal do Tribunal de Contas da União (TCU). Os acusados são suspeitos da prática de estelionato, peculato, tráfico de influência, exploração de prestígio, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, pertinência a organização criminosa e sonegação fiscal.

 

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