quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
A equipe de nove advogados que cuida da defesa de João de Deus informou na tarde desta quarta-feira (24) que não ficará mais no caso. A renúncia da causa foi comunicada por nota enviada pelo advogado Alberto Zacharias Toron e assinada pelos demais profissionais.
O grupo atua a sete meses na defesa de João de Deus, que foi preso no dia 16 de dezembro do ano passado. Segundo informaram os advogados Toron e Alex Neder, a equipe segue respondendo profissionalmente nas ações pelo período de dez dias, a partir da renúncia desta quarta.
Ele é acusado de abusar sexualmente de dezenas de mulheres durante atendimentos espirituais, mas sempre negou os crimes. O réu também é processado pela posse de armas, crime que admitiu em audiência, segundo a defesa, mas alegou não saber que era ilegal guardá-las em casa. João de Deus está preso no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
Na nota de renúncia à causa, defesa técnica não informa o motivo da saída da equipe, mas volta afirmar que acredita na inocência de João de Deus.
“Por imperativo ético, não podemos declinar as razões. Contudo, reiteramos nossa confiança na inocência do Sr. João e repudiamos a irreparável injustiça de manter preso preventivamente, sem os devidos cuidados médicos, um homem de 77 anos, doente, que ainda aguarda um veredicto sobre as acusações lançadas contra si”, diz a nota, abaixo na íntegra.
João de Deus já foi denunciado 11 vezes pelo Ministério Público. Ele já foi interrogado duas vezes pela Justiça. Nesta quarta-feira, inclusive acontece mais uma audiência no Fórum de Abadiânia, mas sem a presença dele.
Nota da defesa na íntegra:
"Após sete meses de intensos trabalhos, com a realização de quase uma centena de audiências de norte a sul do Brasil, bem como a impetração e sustentação oral de inúmeros habeas corpus e recursos perante o Tribunal de Justiça de Goiás, o STJ e o STF, a defesa técnica do Sr. João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, renuncia à causa. Por imperativo ético, não podemos declinar as razões. Contudo, reiteramos nossa confiança na inocência do Sr. João e repudiamos a irreparável injustiça de manter preso preventivamente, sem os devidos cuidados médicos, um homem de 77 anos, doente, que ainda aguarda um veredicto sobre as acusações lançadas contra si. Confiamos que em um futuro breve a verdade e a Justiça sejam restabelecidas."
Alberto Zacharias Toron, Alex Neder, Luísa Moraes Abreu Ferreira, Renato Martins, Paulo Sergio Coelho, Giovana Paiva, André Perasso, Eduardo Macul e Robert Koller, advogados.
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