quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto: Reuters
Um advogado que mora em Goiânia afirmou que chegou a atender de 15 a 20 pessoas que perderam dinheiro em apostas por dia nas últimas duas semanas. Atualmente, ele restringiu a agenda, mas já foram mais de 200 clientes com o mesmo problema.
Cícero Goulart explica que ganhou notoriedade após ser o primeiro advogado a protocolar uma ação no País para responsabilizar civilmente casas de apostas e influenciadores digitais que incentivam esses jogos, como Deolane Bezerra. O jurista atende pessoas de Goiás, mas também de todo o País.
A primeira cliente dele o procurou no fim de 2023, mas só meses depois houve repercussão. Ela disse que perdeu mais de R$ 300 mil, que seria toda a herança da família. “Ela disse que queria tirar a própria vida. Tudo por causa desses sites de Bets. Eu, então, desenvolvi uma tese para responsabilizar civilmente essas empresas e influenciadores”, narra ao portal Mais Goiás.
Nessa quinta, ele disse que tinha dez clientes marcados. As histórias são as mesmas. A pessoa fica ociosa, vê um influenciador e decide jogar. Quando percebe, perdeu tudo. “Algumas pessoas morrem por isso. Outras desfazem casamentos e há aquelas que buscam ajuda psiquiátrica.”
Cícero vê a situação como um vício e as propagandas são como gatilhos. “O influenciador diz que colocou R$ 1 mil e ganhou R$ 50 mil. É tudo fraude. Nas peças, eu peço os registros de aposta dos influenciadores, os comprovantes de saques”, revela o advogado.
Questionado se já teve alguma decisão, ele diz que ainda não houve julgado. “Mas estamos convictos de que iremos ganhar. Não há regulamentação e esses jogos que tratam de aleatoriedade são contravenções. Sobre esses casos, não tivemos decisões, mas já existem aqueles que responsabilizam quem faz o anúncio pela qualidade do produto ou serviço.
Além disso, ele declara que as ações ficam mais robustas com os casos recentes de prisão de Deolane, além do decreto de prisão de Gusttavo Lima, ambos investigados em operação que apura suposta lavagem de dinheiro em jogos de azar. “A sociedade está vendo que não é um problema pessoal, mas social e econômico. Até as empresas, como grandes mercados, estão perdendo vendas para pessoas que deixam de comprar para jogar.”
Com informações do Mais Goiás
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