terça-feira, 08 de julho de 2025

Saúde

Nova terapia celular promete revolucionar tratamento do diabetes tipo 1

POR Marcos Paulo dos Santos | 07/07/2025
Nova terapia celular promete revolucionar tratamento do diabetes tipo 1

Foto: Pixabay

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Uma nova esperança surge para milhões de pessoas que convivem com o diabetes tipo 1. Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, apresentaram uma terapia celular inédita que pode eliminar a necessidade de injeções diárias de insulina. O estudo, publicado no conceituado New England Journal of Medicine, foi considerado um marco na medicina regenerativa.

 

Chamado de zimislecel, o tratamento é administrado uma única vez por meio da infusão de células pancreáticas artificiais — semelhantes às ilhotas de Langerhans — criadas a partir de células-tronco. Essas células são funcionalmente idênticas às naturais: detectam a glicose, produzem insulina e regulam os hormônios, fazendo com que o organismo volte a funcionar como se nunca tivesse desenvolvido a doença.

 

Em um ano de acompanhamento, 10 dos 12 pacientes tratados não precisaram mais de insulina suplementar. Para a endocrinologista Andressa Heimbecher, doutora pela USP, essa pode ser a base para uma terapia segura e acessível em escala global dentro de uma década.

 

O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca as células produtoras de insulina no pâncreas. Desde 1922, humanos usam insulina de origem animal ou sintética para controlar os níveis de açúcar no sangue — um tratamento que, embora eficaz, não impede os perigosos picos de glicemia.

 

Embora em 2023 o FDA tenha aprovado uma terapia com células pancreáticas de doadores, essa alternativa esbarra na dificuldade de encontrar pâncreas suficientes. Por isso, a farmacêutica Vertex criou células de ilhotas pancreáticas em laboratório, cultivadas a partir de células-tronco humanas. Elas são implantadas no fígado dos pacientes, onde passam a regular naturalmente a produção de insulina.

 

No estudo atual, que já conta com 14 participantes, os cientistas injetaram centenas de milhões dessas células nos voluntários, com resposta imediata. A maior limitação ainda está na necessidade do uso de imunossupressores para evitar a rejeição, o que pode causar efeitos colaterais como diarreia, náuseas, infecções e outros problemas de saúde.

 

Mesmo assim, os resultados são animadores. A Vertex já ampliou o ensaio clínico para 50 pacientes e espera solicitar aprovação regulatória da terapia em 2026.

 

A possibilidade de viver sem a rotina de aplicações de insulina representa um avanço significativo para quem convive com a doença. Como destaca a dra. Andressa, a maior conquista do estudo é devolver ao corpo o controle natural da insulina — e, com ele, uma vida com mais liberdade e qualidade.

 

Com informações de CNN Brasil.

 

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