sábado, 27 de julho de 2024

Política

Coluna Cairo Santos: É CHEGADA A HORA DE VOTAR DE NOVO

POR Cairo Santos | 28/11/2023
Coluna Cairo Santos: É CHEGADA A HORA DE VOTAR DE NOVO

Foto: Divulgação/Agência Brasil

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Como no Brasil acontece eleição de 2 em 2 anos, nem dá tempo de ficar com saudades. Com a novidade da pré-campanha aonde os pré-candidatos vão de forma antecipada para as ruas, o período de descanso acaba sendo de apenas um ano.

 

Em pouco mais de um ano, o Brasil realizará novas eleições municipais. Marcada para o dia 6 de outubro de 2024, a disputa que definirá os próximos mandatos de prefeitos e vereadores bate às nossas portas com características muito particulares.

 

Ao contrário do que se observa em eleições para a presidência ou para os governos dos estados, o processo ideológico perde força em eleições municipais. As escolhas de prefeito e vereadores têm impacto direto no cotidiano das cidades e o eleitorado tende a se sentir inseguro para apostar em grandes mudanças, o que favorece os políticos que já ocupam cargos públicos.

 

O conservadorismo em eleições municipais pode ser confirmado pelos números. Vejamos que, em 2020, 63% dos prefeitos que tentaram a reeleição no país conseguiram a vitória. Dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostram que, em 2000 e 2004, o índice de reeleição de prefeitos foi de 58% em todo país, chegando a 67% em 2008. Em 2012, o percentual foi de 55% e apenas em 2016 é que observamos uma situação de exceção, com taxa de reeleição de 47%, explicada pelo desgaste da classe política em razão do impeachment de Dilma Rousseff.

 

A máquina pública, muito usada em reeleição, por si só, não garante a vitória, como ficou claro, por exemplo, nos casos recentes dos ex-prefeitos de municípios gigantes do Brasil. Fazer sucessor tem sido o grande desafio dos prefeitos de Rio Verde, então vejamos: Osorio Leão Santacruz administrou a cidade de 1993 a 1996, a sucessora foi Nelci Spadoni, oposição a ele. Spadoni teve muitas dificuldades administrativas, chegando a ser afastada do cargo, administrou de 1997 a 2000 quando foi substituída por Jose Lazaro da Silva, seu vice na época. Ela foi sucedida por Paulo Roberto Cunha, que administrou de 2001 a 2008 e venceu a eleição com críticas a administração de Nelci.

 

De 2009 a 2016 foi a vez de Juraci Martins administrar a cidade, foi eleito na oposição de Paulo Roberto Cunha e por último chegou Paulo do Vale que entrou em 2017 e vai até 2024. Paulo do Vale também não era o candidato de Juraci Martins. Então fazer seu sucessor se tornou o grande desafio dos administradores de Rio Verde.

 

Outra tendência é que também não ganhará a eleição aquele candidato que apostar apenas na onda da polarização como trunfo eleitoral. Aqui em Rio Verde tem muita gente apostando que o apoio de Bolsonaro ou Lula será suficiente. Em 2020, o eleitor mostrou-se cansado dos discursos de ódio e intolerância, tanto pró-Bolsonaro, quanto pró-Lula, sendo que o PT reduziu o número de prefeituras e Bolsonaro elegeu apenas 10 de 45 vereadores a quem apoiou publicamente. Em 2024, legendas e candidatos precisarão de criatividade para se aproximar do eleitor.

 

 

As mulheres também devem ser olhadas com maior atenção. Estatísticas divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em julho de 2022 mostraram que as mulheres representavam 52,65% do eleitorado. Apesar disso, o Brasil elegeu apenas duas governadoras, quatro senadoras e 91 deputadas federais, que representam 17,7% do total de 513 cadeiras da Câmara. Os resultados são tímidos, considerando-se o alto potencial de decisão feminina, e indicam que os partidos brasileiros estão fracassando no desenvolvimento de estratégias que tragam as mulheres para o centro das discussões sobre política. Fica a dica.

 

 

Esse texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.

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