sexta-feira, 18 de abril de 2025

Vídeo com paciente exposta por estudantes de medicina revolta família e gera denúncia no MP

POR Marcos Paulo dos Santos | 09/04/2025
Vídeo com paciente exposta por estudantes de medicina revolta família e gera denúncia no MP

Foto: Redes Sociais

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Um vídeo publicado no TikTok por duas estudantes de medicina, e removido da plataforma nesta terça-feira (8/4), causou indignação ao expor informações de uma paciente internada no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. A jovem em questão, Vitória Chaves da Silva, de 26 anos, faleceu em 28 de fevereiro por insuficiência renal — nove dias após a gravação.

 

Vitória ficou conhecida por ter passado por três transplantes de coração, algo inédito no Brasil até então. Em 2023, o portal Metrópoles já havia noticiado a singularidade do caso.

 

No vídeo, embora sem citar o nome da paciente, as estudantes Gabrielli Farias de Souza (loira) e Thaís Caldeiras Soares Foffano (à direita, de cabelos escuros) descrevem os três procedimentos na infância, adolescência e início da fase adulta detalhes que coincidem com a trajetória de Vitória. “Um transplante cardíaco já é raro. Agora, uma pessoa passar por três, isso aconteceu aqui no Incor e essa paciente está internada aqui”, disse Thaís na gravação, publicada em 17 de fevereiro.

 

A postagem foi visualizada por mais de 212 mil pessoas, o que levou um conhecido a reconhecer o caso e avisar a família da paciente. A irmã de Vitória, Giovana Chaves dos Santos, de 19 anos, contou que a família soube da publicação no dia 3 de abril. Revoltadas com a exposição, ela e a mãe, Cláudia Aparecida da Rocha Chaves, registraram um boletim de ocorrência e acionaram o Ministério Público de São Paulo (MPSP), além do próprio Incor.

 

Em nota, o Incor declarou que repudia “veementemente” qualquer violação à ética e à confidencialidade dos pacientes, e garantiu que está apurando o caso com rigor. A instituição também afirmou que não divulga dados de pacientes e que tomará todas as medidas cabíveis.

 

A Faculdade de Medicina da USP informou que as estudantes não mantêm vínculo atual com a universidade nem com o Incor, e que participaram apenas de um curso de extensão de curta duração. Segundo a nota, as instituições de origem das alunas já foram notificadas para que adotem providências.

 

A USP ainda disse estar reforçando orientações sobre ética e uso responsável das redes sociais a todos os participantes de cursos de extensão, além de exigir a assinatura de um termo de compromisso com os princípios de respeito e confidencialidade.

 

Com informações de Metrópoles.

 

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