quinta-feira, 22 de maio de 2025
Foto: Arquivo Pessoal
A Polícia Civil e o Ministério Público de Minas Gerais revelaram novos detalhes sobre o assassinato da estudante Melissa Campos, de 14 anos, esfaqueada dentro da sala de aula em uma escola de Uberaba, no Triângulo Mineiro. Segundo o promotor Diego Aguillar, o adolescente de mesma idade que cometeu o crime confessou que agiu por “inveja”.
Durante a coletiva realizada nesta terça-feira (20), Aguillar afirmou que o autor contou a um policial militar: “Eu fiz porque tinha inveja, pelo fato de ela simbolizar uma alegria que eu não tinha.”
As investigações apontam que o assassinato foi planejado em conjunto com outro colega de turma, também de 14 anos. No dia 8 de maio, data do crime, o autor levou uma faca escondida na mochila e entregou à vítima um bilhete com a frase “sentença de morte”. Câmeras de segurança mostram o momento em que Melissa lê o papel e, logo em seguida, é surpreendida pelos golpes.
Segundo o delegado Cyro Moreira, a adolescente não teve tempo de reagir. “A impressão que dá é de que ela não entende. Então, foi pega de surpresa”, disse.
Após o crime, o agressor deixou a escola andando calmamente e foi localizado horas depois, sem resistência, às margens da AMG-2595. A faca usada no ataque foi achada cravada em uma árvore, conforme indicado pelo próprio autor.
A dupla mantinha um caderno com anotações sobre o plano. O nome de Melissa foi incluído no mesmo dia do crime. Ainda de acordo com o delegado, não há indícios de que houvesse uma lista de vítimas ou intenção de cometer um massacre escolar.
Também não foram encontradas evidências de bullying. Melissa era descrita como uma aluna alegre, religiosa, premiada e querida por colegas e professores. “Ela não praticava bullying. Muito pelo contrário: acolhia os novos alunos e tinha um ótimo desempenho escolar”, destacou o promotor André Tuma Delbim Ferreira.
Apesar de conhecerem-se há anos, os adolescentes não mantinham vínculo afetivo.
Os dois envolvidos foram indiciados por ato infracional análogo a homicídio triplamente qualificado. Ambos permanecem internados sob custódia do Ministério Público e deverão ser ouvidos em audiência nos próximos dias.
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