quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Operação em Goiás bloqueia R$ 28 milhões e desmantela núcleo financeiro ligado ao Comando Vermelho

POR Marcos Paulo dos Santos | 19/11/2025
Operação em Goiás bloqueia R$ 28 milhões e desmantela núcleo financeiro ligado ao Comando Vermelho

Foto: Divulgação/MPGO

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Uma operação realizada nesta terça-feira (18/11) desferiu um duro golpe no esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho em Goiás. Batizada de Operação Cifra Vermelha, a ação teve como foco desarticular um núcleo financeiro usado pela facção para movimentar milhões por meio de empresas de fachada, compra de gado e contas bancárias abertas em nome de familiares.

 

O principal alvo da investigação foi um casal identificado pelas iniciais “J” e “AP”, apontado como responsável por comandar o braço financeiro da facção no estado. Eles não foram localizados durante o cumprimento dos mandados e seguem foragidos. Um contador, que estruturava as empresas usadas no esquema criminoso, acabou preso.

 

Ao todo, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva e temporária. Nas diligências, foram recolhidos dinheiro, armas, munições, eletrônicos e veículos — todo o material será analisado para rastrear outros possíveis núcleos de lavagem de dinheiro ligados ao grupo.

 

Como funcionava o esquema

 

As investigações duraram um ano e se intensificaram após a quebra de sigilo telemático dos suspeitos. As autoridades descobriram que a facção utilizava empresas de fachada para movimentar recursos provenientes do tráfico de drogas. As transações eram fracionadas: pequenos depósitos eram feitos diariamente em contas do grupo, principalmente em casas lotéricas, o que, somado, alcançava cifras milionárias.

 

Para tentar “esquentar” o dinheiro, o casal também investia na compra de gado. Só nesse setor, foram identificados gastos que totalizam R$ 28 milhões. O esquema incluía ainda a participação de familiares — inclusive contas abertas em nome dos filhos adolescentes, de 12 e 14 anos.

 

Segundo o tenente-coronel da PMGO Daniel Machado, AP chegou a utilizar o nome da própria mãe, aposentada com renda de R$ 2.400, para abrir contas e realizar grandes movimentações. “Em apenas três das inúmeras transações, foram contabilizados mais de R$ 1,1 milhão”, afirmou.

 

Prejuízo milionário ao crime organizado

 

Para os promotores responsáveis, o maior impacto da operação foi o bloqueio de R$ 28.108.51,70 encontrados em contas bancárias vinculadas ao grupo, além da apreensão de veículos.

 

“Esse dinheiro deixa de financiar pilares da organização criminosa, como a compra de armas e drogas”, avaliaram.

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