quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Foto: Reprodução
Pelo menos 60 pessoas morreram durante uma megaoperação contra o Comando Vermelho, deflagrada na manhã desta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Entre as vítimas, estão quatro policiais — dois civis e dois militares. A ação, que já é considerada a mais letal da história do estado, mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das forças de segurança.
Segundo a Secretaria de Segurança, os criminosos reagiram com barricadas, drones, bombas e tiros. Até o momento, 81 pessoas foram presas e 75 fuzis apreendidos, além de grande quantidade de munições e explosivos.
Durante a operação, o policial civil Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, de 51 anos, chefe da 53ª DP (Mesquita), foi baleado e morreu. O também policial civil Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, da 39ª DP (Pavuna), também não resistiu aos ferimentos.
Em coletiva de imprensa, o governador Cláudio Castro (PL) afirmou que o governo estadual não contou com o apoio da União. Segundo ele, três pedidos anteriores de uso de blindados foram negados.
“Tivemos pedidos negados três vezes. Para emprestar o blindado, tinha que ter GLO (Garantia da Lei e da Ordem), e o presidente é contra a GLO”, disse. “O estado está fazendo a sua parte, mas já era para haver uma integração maior com as forças federais.”
As autoridades confirmaram ainda que traficantes usaram drones para lançar bombas contra agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), tropa de elite da Polícia Civil. O monitoramento da operação foi centralizado no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova.
Durante a coletiva, o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, recebeu a informação da prisão de Thiago do Nascimento Mendes, o “Belão do Quitungo”, apontado como braço direito de Edgard Alves de Andrade, o “Doca”, uma das principais lideranças do Comando Vermelho no Rio.
A operação tinha como alvo o cumprimento de 51 mandados de prisão contra integrantes da facção que atuam no Complexo da Penha. A ação foi realizada em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), Core e Bope.
De acordo com o MPRJ, 67 pessoas foram denunciadas por associação ao tráfico e três por tortura. O órgão destacou que o Complexo da Penha é considerado ponto estratégico da facção por sua proximidade com vias expressas, facilitando o transporte de drogas e armas.
Entre os denunciados, além de Doca, estão Pedro Paulo Guedes (“Pedro Bala”), Carlos Costa Neves (“Gadernal”) e Washington Cesar Braga da Silva (“Grandão”), apontados como responsáveis por comandar o tráfico, organizar escalas e ordenar execuções. Outros 15 atuavam como gerentes e os demais como “soldados”, encarregados da segurança armada nas comunidades.
Com informações de Metrópoles.
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