Três integrantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP) foram presos nesta segunda-feira (3) em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, após ameaçarem vendedores ambulantes e tomarem máquinas de apostas virtuais.

De acordo com a Polícia Militar, a quadrilha obrigava comerciantes dos bairros Pajuçara, Jardim Bandeirantes e regiões próximas a trabalharem exclusivamente com as máquinas da facção, que arrecadava o dinheiro das apostas e pagava os prêmios — substituindo ilegalmente a Loteria Estadual do Ceará.

A prisão aconteceu depois de uma denúncia anônima. Policiais abordaram um veículo dentro da Ceasa de Maracanaú, onde estavam três homens e um adolescente. Durante a busca, foi encontrada uma máquina de apostas tomada de um vendedor momentos antes.

Os detidos — Gabriel Almeida da Silva, 25 anos; Jeferson Araújo de Lima, 21; e Valdeir Alves da Silva, 25 — foram autuados por ameaça e associação criminosa. O adolescente de 16 anos foi ouvido e liberado.

Segundo o inquérito da Polícia Civil, o esquema funcionava da seguinte forma: os vendedores que aceitavam usar as maquinetas do TCP ficavam com 50% do valor arrecadado. Quando havia ganhadores, o pagamento dos prêmios era feito pela própria facção, utilizando os resultados oficiais da Loteria dos Sonhos. Quem se recusava a participar era ameaçado e impedido de trabalhar.

Além do domínio sobre o comércio de apostas, a facção também tem imposto proibições religiosas. Uma mensagem atribuída ao TCP começou a circular nas redes sociais, determinando a proibição de jogos de apostas online fora do controle da facção e o fechamento de terreiros de umbanda na região.

A Polícia Civil apura ainda indícios de intolerância religiosa, já que o grupo se identifica como evangélico e possui histórico de perseguições contra religiões de matriz africana.

Com informações de G1.