Itens como café, bacalhau, picanha e azeite passaram a ser protegidos com grades, lacres e etiquetas antifurto em diversos supermercados de São Paulo. O movimento ocorre em meio à alta expressiva no preço desses produtos, com destaque para o café, que registrou o maior aumento no acumulado de 12 meses, segundo o mais recente levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entre os dias 11 e 14 de abril, a Folha de S.Paulo visitou 15 supermercados localizados nas zonas sul, oeste e central da capital paulista. A reportagem identificou o uso de dispositivos antifurto em estabelecimentos das redes Carrefour, Extra e Pão de Açúcar.

De acordo com o IBGE, o café teve aumento de 8,14% no preço entre fevereiro e março, e de impressionantes 77,78% nos últimos 12 meses. A inflação no setor fez com que quase metade dos brasileiros reduzisse o consumo da bebida, conforme revelou pesquisa recente do Datafolha.

“Tem que lacrar mesmo, porque tem muito furto e está tudo muito caro. Não é porque o mercado é mais elitizado, está caro em qualquer lugar”, opinou o empresário Giovani Ribeiro, 32 anos, enquanto comprava picanha lacrada em uma unidade da Chácara Klabin. “Café está valendo mais que ouro agora.”