Uma rara e poderosa tempestade solar “canibal” foi registrada da Terra nesta semana, despertando atenção de astrônomos e entusiastas do espaço. O fenômeno ocorre quando duas ejeções de massa coronal (EMCs) — enormes nuvens de partículas energéticas lançadas pelo Sol — se fundem antes de alcançar o campo magnético terrestre, o que intensifica seus efeitos sobre o planeta.

De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), a atividade geomagnética foi classificada como G3, considerada forte, em uma escala que vai até G5. O pico da tempestade aconteceu entre a noite de terça-feira (11) e a madrugada de quarta (12), produzindo auroras boreais visíveis em até 22 estados norte-americanos, inclusive em regiões onde o fenômeno é incomum, como Oregon e parte do centro-oeste dos Estados Unidos.

Segundo o portal especializado SpaceWeather.com, a fusão das duas ejeções formou uma “EMC canibal”, capaz de gerar ondas de choque e campos magnéticos extremamente intensos. Esse tipo de evento costuma ampliar o brilho e o alcance das auroras, como já ocorreu em abril deste ano, quando uma tempestade de nível G4 fez com que luzes coloridas fossem vistas até na França.

As auroras boreais são criadas quando partículas do vento solar interagem com o campo magnético da Terra, excitando átomos na atmosfera e produzindo brilhos nas cores verde, violeta e vermelha. Durante tempestades mais severas, como a atual, o fenômeno pode ser observado muito além das regiões polares.

O Sol atravessa atualmente o Ciclo Solar 25 — período de intensa atividade que se repete a cada 11 anos. Só nas últimas 24 horas, foram registradas 28 erupções solares, incluindo uma do tipo X5.2, a mais forte de 2025 até agora. Astrônomos alertam que a região solar responsável, identificada como AR4274, segue ativa e voltada para a Terra, o que pode resultar em novas erupções nos próximos dias.