sábado, 04 de janeiro de 2025
Localizada a 35 quilômetros da costa paulista, entre Itanhaém e Peruíbe, a Ilha da Queimada Grande, popularmente conhecida como Ilha das Cobras, abriga a segunda maior densidade populacional de cobras do mundo. Com aproximadamente 430 mil metros quadrados de solo rochoso, a ilha é um verdadeiro ecossistema único, onde apenas pesquisadores e profissionais ambientais têm permissão para desembarcar.
O biólogo Eric Comin, que já visitou o local diversas vezes, compartilhou ao G1 suas experiências e ressalta os desafios enfrentados pelos cientistas que se aventuram por esse habitat repleto de serpentes.
“Elas só te olham, aquela coisa de te olhar nos olhos, é bem interessante”, afirma Comin. Apesar de sua aparência fascinante, ele admite que desembarcar na ilha pode ser uma experiência intimidadora. “Criei coragem, desembarquei. Hoje desembarcaria? Não sei, eu já desembarquei, acho que hoje eu não tenho mais a necessidade […], mas ir para lá para mergulhar, é só me convidar que eu vou”, revela.
A Ilha da Queimada Grande é famosa por sua população de serpentes, com cerca de 2.500 cobras, a maioria pertencente à jararaca-ilhoa (Bothrops insularis), uma espécie endêmica e altamente venenosa. De acordo com Comin, o acesso à ilha é restrito devido ao risco que essas cobras representam. Durante a visita, um especialista que acompanhou a expedição foi abrindo o caminho, tirando as cobras do chão para que os pesquisadores consigam caminhar. “Ele espanta do chão, vai tirando elas para a galera passar”.
A história da Ilha da Queimada Grande remonta ao século XVI, quando foi avistada pela primeira vez por exploradores portugueses. O nome “Queimada Grande” deriva das queimadas realizadas por pescadores na tentativa de afastar as cobras do local. No entanto, essas práticas prejudicaram ainda mais o ecossistema da ilha.
Durante o século XIX, um farol foi instalado na ilha pela Marinha do Brasil e mantido por faroleiros até 1925. Desde então, a ilha tornou-se um refúgio para as serpentes e um importante local para pesquisas científicas.
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