Por volta das 2h30 da madrugada desta segunda-feira (24), o professor Marco Antônio de Oliveira, de 58 anos, encontrou o pequeno Miguel, menino autista de 4 anos que estava desaparecido há cerca de oito horas em Jataí. Docente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Jataí (UFJ), Marco também foi diagnosticado com autismo aos 36 anos e acredita que sua condição o ajudou na busca. “Deus me guiou”, afirmou emocionado.

Com hiperfoco – uma característica comum no transtorno do espectro autista (TEA) –, Marco conta que a intensa concentração o ajudou na missão. Ele acordou às 23h30 no domingo (23), após uma ligação da esposa informando que um grupo de amigos buscava voluntários para auxiliar nas buscas. Preparado com lanternas, rádio e alimentos, o professor saiu sozinho para ajudar.

No local, encontrou equipes do Corpo de Bombeiros e outros voluntários. Após identificar a área de buscas, seguiu com um amigo até um haras, mas o carro atolou. Decidido, continuou a pé por uma plantação de milho. Quando escutou a palavra “papai”, achou estar imaginando, já que Miguel é considerado não verbal. Mas ao ouvir novamente, seguiu o som e encontrou o menino a cerca de 50 metros, molhado e cansado.

“Falei pra ele: ‘Meu filho, vou te levar para o seu papai. Fica quietinho que vou te buscar’”, relembra. Ele embrulhou Miguel em sua jaqueta e pediu reforço pelo rádio. Pouco depois, a Polícia Civil chegou e a criança foi levada ao hospital, onde foi avaliada e liberada.

Marco ainda se emociona com o ocorrido. “Sou um cidadão comum, nunca tinha dado entrevista. Mas acredito que Deus me guiou”, disse. Ele também destacou a união dos moradores de Jataí: “Estavam todos ajudando. Jovens, idosos, CACs… foi uma força coletiva linda.”

Mobilização em Jataí

Miguel desapareceu por volta das 18h de domingo, nas proximidades do Setor Cidade Jardim II. Equipes dos bombeiros, Polícia Militar, moradores e voluntários se uniram nas buscas. Para agilizar o trabalho em meio à chuva e ao terreno difícil, a área foi mapeada e dividida por setores. Lanternas e veículos apropriados ajudaram a cobrir a plantação e arredores.

Fazendeiros e caçadores também colaboraram, e a comunidade foi essencial para o desfecho positivo. Miguel foi encontrado consciente, com sinais de cansaço, mas sem ferimentos.

 Com informações de Mais Goiás.