terça-feira, 15 de julho de 2025

Goiás aposta em soltura de mosquitos Aedes aegypti com bactéria natural para combater a dengue

POR Marcos Paulo dos Santos | 14/07/2025
Goiás aposta em soltura de mosquitos Aedes aegypti com bactéria natural para combater a dengue

Foto: Wolbito

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A Secretaria da Saúde de Goiás (SES) vai adotar uma nova estratégia para auxiliar no combate ao Aedes aegypti: o Método Wolbachia. A técnica, que já é utilizada em 14 países, será implantada ainda este ano nas cidades de Valparaíso de Goiás e Luziânia.

 

A ação consiste na liberação dos chamados “Wolbitos” – mosquitos Aedes aegypti que carregam a bactéria Wolbachia, capaz de impedir a transmissão de dengue, zika e chikungunya. Ao se reproduzirem, esses mosquitos passam naturalmente a bactéria aos filhotes, o que faz com que, com o tempo, a maioria da população de Aedes da região tenha a Wolbachia, reduzindo a circulação dos vírus.

 

A novidade será somada a outras ações já em andamento. Em 2025, o estado de Goiás notificou 123.218 casos suspeitos de arboviroses, sendo 72.331 confirmados. Também foram registradas 53 mortes e outras 79 estão em investigação. Apesar dos números ainda altos, houve uma queda de 69% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

Mesmo com a nova estratégia, a SES reforça que os cuidados básicos continuam sendo essenciais. “É fundamental continuar eliminando os mosquitos e os criadouros, já que não há diferença visível entre os que têm ou não a bactéria”, orienta a subsecretária de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim.

 

A iniciativa é conduzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério da Saúde e a empresa Wolbito do Brasil – que mantém a maior biofábrica de Wolbitos do mundo. Segundo o gerente de implementação da empresa, Gabriel Sylvestre, os primeiros impactos podem ser percebidos já na temporada seguinte de transmissão da dengue, embora a avaliação completa leve cerca de dois anos.

 

O método é considerado seguro, natural (sem modificação genética) e sustentável, sem riscos para a população ou para o meio ambiente. A Wolbachia já está presente em cerca de 60% dos insetos do planeta. No Brasil, a tecnologia foi implementada com sucesso em várias cidades, com destaque para Niterói (RJ), onde os casos de dengue caíram até 70%.

 

Com informações de Agência Cora de Notícias.

 

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