A cantora, compositora, atriz e empresária Preta Gil morreu neste domingo (20), aos 50 anos, após uma intensa batalha contra o câncer. A informação foi confirmada pela assessoria da artista, que estava em Nova York em busca de tratamento no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, um dos centros oncológicos mais respeitados do mundo. Filha de Gilberto Gil, Preta deixa um filho, Francisco, de 28 anos, e uma neta, Sol de Maria, de 7.

Preta foi diagnosticada com câncer colorretal em janeiro de 2023. Após meses de tratamento no Brasil, ela entrou em remissão, mas a doença retornou em agosto de 2024, atingindo quatro áreas do corpo: dois linfonodos, o peritônio e o ureter. A artista passou por procedimentos delicadíssimos, incluindo uma cirurgia de 20 horas em dezembro de 2024, na tentativa de conter a evolução do câncer.

Durante todo o tratamento, Preta Gil nunca deixou de se comunicar com seus fãs. Com coragem e transparência, compartilhou cada passo da jornada contra a doença — os exames, as internações, as cirurgias, os recomeços e os medos. Foi também em meio a esse processo que ela enfrentou um momento doloroso em sua vida pessoal: o fim do casamento, marcado por uma traição, ocorrido durante um de seus períodos mais frágeis.

Ainda assim, sua voz se manteve firme. Preta fez questão de ser um símbolo de resistência. Assumidamente preta, gorda e bissexual, ela sempre destacou o orgulho de ser quem é e lutou publicamente contra o racismo, a gordofobia e a LGBTQIA+fobia. Foi uma defensora incansável da autoaceitação e do amor próprio, e usou sua imagem e sua arte como ferramentas de empoderamento.

“É fazer habilitação, me adaptar e seguir a vida. Sou muito grata de verdade”, disse ela em um de seus últimos depoimentos públicos, pouco antes de mais uma cirurgia, mostrando sua resiliência e fé, mesmo em meio à dor.

Preta Gil encerra sua jornada deixando um legado que vai muito além da música. Ela foi exemplo de força, autenticidade e amor — amor por si, pelo próximo e pela liberdade de ser.