quinta-feira, 31 de julho de 2025
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Um estudo divulgado nesta quarta-feira (29) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pode reduzir em R$ 789 milhões o Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, deve entrar em vigor no dia 1º de agosto.
Segundo o levantamento, feito em parceria com centros de pesquisa econômica, Goiás está entre os dez estados mais afetados proporcionalmente, com uma retração estimada de 0,23% no PIB. A medida impacta principalmente estados exportadores, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná.
Em 2024, Goiás exportou US$ 408,5 milhões aos EUA, que são o terceiro maior destino dos produtos goianos. Embora representem apenas 3,3% das exportações totais do estado, essas vendas são altamente concentradas na indústria de transformação, que responde por 94,5% do total exportado para os americanos.
Entre os setores mais prejudicados estão o de alimentos — especialmente carnes bovinas congeladas, que somam US$ 150,4 milhões anuais — e o de metalurgia, com destaque para o ferroníquel, que gera US$ 87,3 milhões por ano. Todos esses produtos serão atingidos pela nova tarifa, reduzindo sua competitividade no mercado dos EUA.
Por outro lado, Goiás também mantém uma forte relação de importação com os Estados Unidos. Só em 2024, o estado importou US$ 648,4 milhões, principalmente em máquinas e equipamentos (38,3%), farmoquímicos e farmacêuticos (24,4%) e produtos químicos (12,5%).
A CNI destaca a importância da relação comercial com os EUA para a indústria brasileira. Para cada R$ 1 bilhão exportado ao país norte-americano, são gerados 24,3 mil empregos, R$ 531,8 milhões em salários e R$ 3,2 bilhões em produção nacional.
O documento também lembra que os Estados Unidos mantêm superávit comercial com o Brasil há mais de 15 anos, acumulando US$ 91,6 bilhões apenas em bens na última década. Incluindo o comércio de serviços, esse número sobe para US$ 256,9 bilhões.
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