quarta-feira, 24 de dezembro de 2025
O salário mínimo no Brasil passará a ser de R$ 1.621 a partir de 1º de janeiro de 2026. O novo valor representa um reajuste de 6,8%, pouco mais de R$ 100 em relação ao piso atual, que é de R$ 1.518. A atualização foi oficializada pelo governo federal por meio de publicação no Diário Oficial da União, nesta quarta-feira (24).
O reajuste segue as regras da política permanente de valorização do salário mínimo. Pelo modelo adotado, o valor é corrigido pela inflação acumulada em 12 meses medida pelo INPC, somada ao crescimento da economia brasileira de dois anos anteriores — neste caso, o desempenho de 2024 — respeitando o limite máximo de 2,5% ao ano, imposto pelo teto de gastos.
Com isso, o novo salário mínimo garante ganho real acima da inflação, diferente do que ocorreu nos governos anteriores, quando os reajustes eram feitos apenas com base no índice inflacionário. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), esse modelo antigo provocou perda do poder de compra, especialmente em períodos de inflação mais elevada.
Em nota técnica, o Dieese destacou que, entre 2020 e 2022, a simples reposição da inflação não foi suficiente para compensar a alta dos preços, principalmente dos alimentos, que pesaram mais no orçamento das famílias de baixa renda. “Enquanto os preços avançavam continuamente, a recomposição salarial ocorria apenas uma vez ao ano, o que deteriorava o salário mínimo real”, apontou o órgão.
O salário mínimo é a menor remuneração permitida para trabalhadores com carteira assinada e, conforme a Constituição Federal, deve ser capaz de atender necessidades básicas como moradia, alimentação, saúde, transporte, lazer e higiene. No entanto, de acordo com cálculos do Dieese, o valor ideal para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.067,18, o equivalente a 4,3 vezes o novo piso nacional.
Atualmente, cerca de 62 milhões de brasileiros têm seus rendimentos atrelados ao salário mínimo. Com o reajuste para R$ 1.621, a estimativa é de que haja um impacto positivo de R$ 81,7 bilhões na economia, movimentando o consumo e ampliando a renda de milhões de famílias em todo o país.
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