quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Em tempos de pandemia, que tanto tem afligido diversos setores da economia nacional e mundial, o agronegócio tem mostrado sua força.
Redação Jornal Somos
Em tempos de pandemia, que tanto tem afligido diversos setores da economia nacional e mundial, o agronegócio tem mostrado sua força e competência. Prova disso é que, não obstante os tempos de dificuldades econômicas agravadas pela crise sanitária, o que fez com que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, em 2020, encolhesse (-4,1%), o agronegócio foi o único setor a crescer (+2,0%), conforme dados do IBGE, divulgados no mês de março.
As estimativas da atual safra (2021) são ainda mais promissoras para o setor, pois haverá um crescimento de mais ou menos 3,2% em relação ao ano de 2020, que já havia batido recorde de produtividade.
Esses números são realmente um grande alento em momentos bicudos como os que estamos vivendo. Em nosso país, realmente investir no aumento da produção por área, por meio da tecnologia, investir em boas parcerias no meio rural, na agroindústria, é de fundamental importância para melhorarmos nosso desempenho.
Pensando, no entanto, a médio e longo prazo, pois o sucesso dos negócios depende dessa visão, temos que antever futuros problemas que podem surgir.
Nessa seara, é bom atentar aos que os cientistas vêm dizendo há mais de três décadas: estamos vivendo alterações climáticas que vão afetar a produção, principalmente em nossa rica e pródiga região. De fato, já se pode notar alterações no ciclo produtivo em função da mudança no período das chuvas. O atraso no início das chuvas tem levado a demora no plantio da safra. Há também instabilidade no volume de chuvas, ora aquém, ora além do esperado.
Esses fatos demonstram a preocupação principalmente com um item primordial para o sucesso do agronegócio: a água. A agropecuária é o setor de produção que mais utiliza água, em média 70% da água para o consumo.
A água das chuvas é fundamental para o êxito das safras e ainda, utilizamos irrigação na época da seca. Por isso, manter os cursos d’água bem protegidos para que a água não acabe ou reduza de forma preocupante no período da seca é medida necessária para a produção. Nesse quesito, temos que ter a consciência que não é retirando toda vegetação nativa para plantio que estaremos, de fato, somando ganhos econômicos.
A água é a nossa “galinha dos ovos de ouro”, temos que protegê-la para que o agronegócio continue nessa escalada. Para tanto, a proteção do cerrado, das áreas de Reserva Legal, das Áreas de Preservação Permanente e Unidades de Conservação são fundamentais. A produção da nossa água da chuva começa na Floresta Amazônica, que também deve ser protegida, visto que lá, pela transpiração das árvores da floresta, há uma grande produção de vapor d’água. Esse vapor é trazido pelos ventos para nossa região e caem em forma de chuva. São os chamados “rios voadores”.
As árvores do cerrado, por sua vez, conhecidas como “floresta de cabeça para baixo”, pois possuem raízes que ultrapassam, e muito, seu tamanho, possibilitam que a água infiltre no solo e seja armazenada no lençol freático, formando rios e nascentes. Por esse motivo, o cerrado e considerado “berço das águas” e espalha rios para todas as regiões. Portanto, a proteção da vegetação e, também, das águas são fatores que vão contribuir para que o sucesso nosso agronegócio no futuro.
Assim, se quisermos pensar em um agronegócio cada vez mais rentável ao longo do tempo, temos que investir em tecnologia, mas também em proteção ambiental para preservar nossa água, tão necessária no ciclo produtivo.