terça-feira, 16 de dezembro de 2025
Foto: Freepik
Há menos de um ano para as eleições de 2026 continuamos a perceber a dificuldade que mulheres brasileiras têm de se estabelecerem na política brasileira. Se eleger para qualquer cargo político no Brasil tem um grau muito maior de dificuldade se o candidato for mulher.
Apesar de avanços pontuais, a política brasileira continua sendo um espaço predominantemente masculino. As mulheres, que representam mais da metade da população, ainda enfrentam obstáculos estruturais e culturais para se estabelecerem nesse cenário.
Mesmo com a lei de cotas que obriga os partidos a destinarem ao menos 30% das candidaturas às mulheres, a presença feminina nas casas legislativas permanece tímida. Muitas vezes, as candidaturas femininas são lançadas apenas para cumprir a exigência legal, sem apoio real de estrutura ou financiamento.
A política ainda é vista por muitos como “território masculino”. Mulheres que se candidatam enfrentam questionamentos sobre sua competência, sofrem ataques misóginos nas redes sociais e precisam provar constantemente sua legitimidade, em um esforço que raramente é exigido de seus colegas homens.
Os partidos políticos, em sua maioria, são dirigidos por homens e reproduzem práticas que dificultam a ascensão feminina. A distribuição desigual de recursos do fundo eleitoral e a falta de incentivo à liderança das mulheres dentro das legendas são barreiras concretas.
A sobrecarga de responsabilidades domésticas e familiares, que ainda recai majoritariamente sobre as mulheres, torna a dedicação integral à vida política um desafio adicional.
Mais do que uma questão de justiça, ampliar a participação feminina na política é essencial para a democracia. Uma sociedade plural exige que diferentes vozes estejam representadas nos espaços de decisão. O Brasil só terá uma política verdadeiramente inclusiva quando as mulheres deixarem de ser exceção e passarem a ser protagonistas.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.