quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto: Reprodução/GOV
O dia 20 de novembro não é apenas um dado no calendário brasileiro; é um marco de resistência, memória e luta. Celebrado como o Dia da Consciência Negra, ele homenageia Zumbi dos Palmares, uma das figuras mais emblemáticas na história da luta contra a escravidão no Brasil. Mas por que esses dados foram escolhidos e o que ela nos diz sobre nossa história e nosso presente?
Hoje marca o aniversário da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, assassinado em 1695. Zumbi simboliza a resistência ao regime escravista que, por mais de 300 anos, brutalizou milhões de africanos e seus descendentes no Brasil. Palmares, o quilombo que ele liderou, era mais que um refúgio para os que escapavam da escravidão; era um território de liberdade, onde as culturas africanas resistiam e se renovavam, desafiando o sistema colonial.
Escolher o 20 de novembro como Dia da Consciência Negra foi uma decisão política e simbólica. Até então, o principal marco relacionado à população negra no Brasil era o 13 de maio, data da abolição da escravatura em 1888. Porém, essa abolição foi incompleta, já que libertou os escravos, mas os deixaram à margem da sociedade, sem acesso à terra, trabalho digno ou educação. A escolha de Zumbi e do 20 de novembro reposiciona a narrativa, colocando a luta ativa dos negros, e não uma concessão da monarquia, no centro dessa história.
Mais do que um feriado, o Dia da Consciência Negra nos convida a fazer uma reflexão sobre a atualidade. O racismo estrutural, fruto de séculos de escravidão, ainda se manifesta de forma brutal. A população negra continua a ser mais vulnerável no mercado de trabalho, no acesso à educação de qualidade e a mais afetada pela violência. É impossível ignorar que a desigualdade racial no Brasil tem raízes profundas e dolorosas.
Zumbi morreu lutando pela liberdade, e o que ele representa é um chamado para que cada um de nós, em nossas esferas de atuação, contribua para um país onde a igualdade racial não seja apenas um ideal, mas uma realidade. Que o seu legado nos inspire além das celebrações, nos encorajando a agir e combater o racismo. Afinal, a luta de Zumbi não terminou; ela apenas mudou de cenário.
Esse texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.